Domingo, 3 de Novembro de 2024
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Estudantes da região desenvolveram produtos e serviços inovadores

A comercialização de produtos como manteiga em tubo roll on, seringas munidas de um sistema de autodestruição, bombons com recheio de doces de frutas da região ou resmas de papel com plástico biodegradável incorporado na margem esquerda (para acabar com a fragilidade das folhas) são algumas das propostas apresentadas por jovens da região que aprenderam, ‘a par e passo’, todo o processo de criação de uma empresa.

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Quinze mini-empresas idealizadas por jovens do ensino secundário da região de Trás-os-Montes foram apresentadas, no dia 23, em mais uma edição da “Feira Ilimitada”, uma iniciativa promovida pela Junior Achievement Portugal (JAP) com o apoio da Fundação EDP.

Desenvolvida no âmbito do programa “A Empresa”, a iniciativa incentiva os estudantes de escolas secundárias de todo o país a criarem uma empresa desde o mais básico pormenor até aos mais complexos procedimentos, sendo de sublinhar a ideia base de criação de um produto ou serviço inovador.

“O desafio é que os estudantes desenvolvam ideias de negócios, que criem uma empresa e um produto real”, explicou Pedro Capela, “program manager” da JAP, salientando que, durante todo o processo, os jovens, com idades entre 15 e os 21 anos, contam com o apoio de consultores, “empresários que, de forma voluntária, servem de mentores” aos participantes em momentos-chave de todo o processo, como, por exemplo, o desenvolvimento de um plano de negócios ou de um estudo de mercado.

E se pudesse barrar o pão com manteiga sem precisar de uma faca? Essa foi a ideia desenvolvida por um grupo de estudantes da escola de Carrazeda de Ansiães, que, para dar resposta às necessidades de pessoas mais idosas ou com mobilidade reduzida e evitar acidentes que envolvam as facas e crianças, criaram um dispensador de manteiga com um sistema idêntico ao “roll on”. “Inovador, útil e prático, permite barrar manteiga de uma forma fácil e sem recorrer à tradicional faca”, explicou ao Nosso Jornal o estudante Rui Martinho, que, na empresa criada com os colegas, a “Rajeca.ae”, é o presidente.

“Pensamos em colocar manteiga num tudo de cola, e funcionou”, explicou o jovem, referindo mesmo que, para desenvolver o produto, tiveram inclusivamente que entrar em contacto com a empresa alemã que fábrica a cola da marca UHU para que fossem fornecidos tubos vazios.

O presidente da “Rajeca.ae”, que “liderou” uma equipa de seis alunos, fez um balanço muito positivo de toda a experiência e admitiu mesmo que gostava de avançar com a criação efetiva do negócio.

Outra equipa que apostou na inovação dentro do setor alimentar foi a proveniente do Agrupamento de Escolas de Ribeira de Pena, que criou a empresa “Petit Gáteau.ae”, no âmbito da qual idealizaram a produção de pastelaria, como bolos de aniversário e troncos de natal, em miniatura. “Também fazemos profiteroles em forma de cines”, revelou Catarina Silva, apresentado logo a travessa com as iguarias.

“Participar neste projeto deu-nos muita informação para avançar com a empresa”, adiantou a estudante de Ribeira de Pena, revelando que o grupo de nove elementos que criou a empresa, para já experimental, gostariam desenvolver a ideia “a sério”.

Em Portugal desde 2005, a JAP ainda está a ultimar as primeiras estatísticas sobre a relação entre a participação dos jovens neste tipo de programas e a efetiva criação de empresas na idade adulta, no entanto, como garantiu Pedro Capela, dados de outros países europeus indicam que cerca de 60 por cento dos jovens participantes em iniciativas idênticas avançam com a criação do seu negócio.

De um total de 15 mini-empresas, que juntou os esforços de cerca de 90 alunos, serão escolhidas as melhores, que depois participarão num encontro nacional, a realizar-se no final de maio, em Lisboa, e do qual será reconhecida a melhor ideia.

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