São jovens, licenciados nos seus países de origem, em várias áreas das Ciências Agrárias e Químicas, mas querem direccionar o seu futuro para o sector vitivinícola. São estudantes que optaram por ultrapassar as fronteiras de formação e escolheram, exactamente, o Mestrado da UTAD, para aprenderem mais sobre o vinho e a vinha. São russos, chineses, etíopes, brasileiros, enfim, são “Eramus Mundus”.
Começou, no dia 21, o Mestrado que, leccionado na área da Enologia e Vitivinicultura, pela Universidade de Trás-os–Montes e Alto Douro (UTAD), no âmbito do programa “Erasmus Mundus”, trouxe, à capital de distrito vila-realense, 19 estudantes, provenientes de todo o mundo.
Frequentar o “Master Internacional Vintage, Vine, Wine and Terroir Menagement”, o único Mestrado actualmente disponível, a nível europeu, na área da Enologia e Viticultura, é o objectivo dos estudantes que, durante os próximos dois meses, vão viver em Vila Real.
“Chegamos há, apenas, uma semana, mas já nos apercebemos de que as pessoas são muito simpáticas, não só os professores e os colegas, mas a população da cidade, em geral”, explicou Mulugeta Belay, um jovem, de 30 anos, natural da Etiópia que, licenciado em Química, já tem uma experiência de cerca de cinco anos a trabalhar no sector da qualidade dos vinhos, no seu país.
“Também produzimos vinho, mas, obviamente, não com a mesma dimensão como Portugal ou outros países, como a França, a Espanha ou a Itália”, explicou o estudante, convicto de que poderá encontrar, na UTAD, o conhecimento que quer aplicar, na produção do seu país.
Apesar de estar, pela primeira vez, em Portugal, e de nunca ter tido contacto com os vinhos ou a região duriense, Mulugeta Belay explicou que “já leu muito” sobre o Douro e sobre a sua produção vinícola, mostrando-se ansioso em participar nas visitas que serão organizadas, durante o Mestrado.
Lubou Suroutskaya é outra das estudantes internacionais que integra o grupo.
“Vivo numa região rural da Rússia, onde estudei Engenharia Agrícola”, explica a jovem, de 23 anos, que, ao falar da sua primeira impressão sobre Vila Real realça “a qualidade do ar, muito puro”.
“Não estava à espera que estivesse tanto frio”, explicou a russa, mostrando-se muito agradada com a simpatia dos portugueses e pelo facto de “muitas pessoas falarem francês”.
Para além da Rússia e da Etiópia, no Curso de Mestrado, o único, na Europa, no sector vitivinícola, estão representados mais de 10 países diferentes, na sua maioria de fora da Europa, como o Brasil ou a China.
A UTAD é, também, a única universidade portuguesa que integra o grupo de 11 instituições de ensino superior que colaboram no Mestrado, entre as quais as Universidades de Bolonha (Itália), Valência (Espanha), Corvinus (Hungria), Atenas (Grécia) e Santiago do Chile.
Lançado, em 2004, o programa “Erasmus Mundus” foi criado com o intuito de melhorar a qualidade do Ensino Superior europeu e está aberto a estudantes do mundo inteiro. O objectivo é favorecer a mobilidade de estudantes e professores de países terceiros, graças à atribuição de bolsas de estudo”.
Maria Meireles
