Sexta-feira, 22 de Setembro de 2023
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“Existimos para defender a população”

A corporação de Montalegre tem como base o voluntariado, embora a parte profissional tenha vindo a ganhar expressão, nomeadamente com as duas EIP.

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“Existimos, acima de tudo, para defender a nossa população e concelho, muitas vezes contra tudo e contra todos”, frisa o comandante dos Bombeiros Voluntários de Montalegre (BVM), Miguel Monteiro, garantindo que sente o reconhecimento das pessoas. “São muito bem vistos e em Montalegre são uma das forças em que eles depositam toda a confiança”.

O concelho é envelhecido e com aldeias com poucos habitantes. “É connosco que eles contam”, afirma. Perante as distâncias, o comandante defende a criação “de três ou quatro equipas em zonas mais longínquas, para primeira intervenção até os bombeiros chegarem”.

O envelhecimento também aumenta o transporte de doentes não urgentes, registando pedidos “que é uma loucura”, com “dias de 55 doentes”.

“Os bombeiros são uma força com 600 anos de história, e por vezes não somos bem reconhecidos a não ser pela população que defendemos”
Miguel Monteiro – 2º COMANDANTE

Num concelho que inclui parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês, os BVM realizaram no ano passado cerca de 20 resgates de pessoas, contando com uma equipa de salvamento, com 23 elementos credenciados para resgate em montanha. “Temos muitas situações. O parque tem gente a circular aos fins de semana, que ninguém tem noção”, já que não há controlo de entrada. “Muitas vezes são 5 a 6 horas a pé, uma equipa de 10 homens, monte afora, sem garantias de que vamos encontrá-las”.

Trabalho que implica despesas. “Para equipar um homem são 2000 a 2500 euros. Nunca tivemos apoio de nenhuma entidade externa, a não ser da câmara”, que através de protocolos é “um suporte de garantia”.

“Os bombeiros são uma força com 600 anos de história, e por vezes não somos bem reconhecidos, a não ser pela população. Quem nos tutela cria-nos entraves”, refere ainda.

Quanto a incêndios rurais, diz que o conceito de época alta está desadequado. “Dificilmente tenho um incêndio no verão. A nossa época de incêndios é março e abril e de outubro a novembro, tenho de fazer todo esse combate com voluntários. Portugal não é todo igual e esse modelo está ultrapassado”.


Pode consultar o suplemento dedicado aos bombeiros AQUI

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