O técnico vila-realense teve que operar algumas alterações, fruto das muitas lesões que assolam o plantel e nem a baliza escapa a esta onda de lesionados. Vieira não recuperou e Gamito assumiu a titularidade, mostrando-se bastante nervoso nos minutos iniciais, que mais tarde rectificou com excelentes intervenções.
Entraram melhor os moncorvenses que aproveitaram as desatenções da defesa vila-realense para criar muito perigo. Logo aos 10 minutos, Gamito repõe mal a bola em jogo e os avançados da casa aproveitam para rematar, mas a bola bate com estrondo na barra. Na recarga, Zé Tiago ainda introduz a bola na baliza, mas o árbitro de pronto assinalou fora-de-jogo. Pouco tempo volvido, Gamito nega o golo a Alexandre, ao fazer uma excelente defesa.
Os forasteiros estavam nervosos e davam algumas brechas comprometedoras na defensiva, mas com o passar dos minutos começaram a equilibrar as operações e a criar algumas situações de perigo junto da baliza de Vítor. Aos 31’, surge o caso do jogo com o árbitro a anular um golo ao Vila Real. Na sequência da marcação de um canto, o guarda-redes não chega à bola e cai sobre o colega da defesa, Nuno Fredy aproveita a atrapalhação e remata para o fundo da baliza. Tudo nos pareceu dentro da legalidade, mas o árbitro principal assim não o entendeu a marcou uma infracção que não conseguimos descortinar.
O jogo estava, agora, numa toada mais equilibrada, onde ambas as equipas tentavam chegar junto das balizas, mas não houve mais nenhuma situação clara de golo, durante esta 1.ª parte.
Nos segundos 45 minutos, os vila-realenses tiveram as melhores ocasiões de golo, mas Nuno Meia por duas vezes não conseguiu desfeitear o guarda-redes da casa. A primeira, aos 51’, quando o médio avançado aparece na meia esquerda isolado, faz o remate forte, mas Vítor ofereceu o corpo à bola e negou o golo ao alvi-negro. Aos 65’, surge a segunda oportunidade, ainda mais flagrante, Castanha faz um grande passe e isola completamente Nuno Meia que, na cara do guarda-redes, não consegue alcançar o golo, com Vítor, mais uma vez, a fazer uma excelente defesa.
O Moncorvo procurava o golo que lhe garantisse os três pontos, mas apesar de ter mais posse de bola, tinha dificuldade em entrar na área do Vila Real. Muitas vezes, a única opção que encontravam eram os remates longos, mas quase sempre mal direccionados. Numa rara excepção, foi um lance conduzido na direita por Lucas, que fez o cruzamento atrasado para o remate de Zé Tiago ao qual Gamito se interpôs com grande classe.
Até ao final, assistimos a uma maior pressão dos homens da casa, mas, com maior ou menor dificuldade, a defesa alvi-negra conseguiu suster o ímpeto atacante dos moncorvenses. A repartição de pontos acaba por espelhar aquilo que se passou em campo e acaba por ser um resultado ajustado ao que se passou em campo.
Uma última nota sobre o trabalho da equipa de arbitragem que acaba manchado pelo lance de golo anulado ao Vila Real.
Luís Pimentel, treinador do Vila Real
“Tivemos as melhores oportunidades de golo”
O técnico alvi-negro ficou satisfeito com o resultado e com a atitude positiva da sua equipa, num resultado que acabou por ser justo.
“É sempre positivo conquistar pontos fora. Tirando os primeiros quinze minutos em que a equipa não esteve bem, penso que acabou por fazer uma boa exibição e mostrar que pode ir a qualquer campo lutar pelo resultado. A partir de uma fase inicial menos boa, a equipa fez os devidos ajustes, adaptamo-nos ao adversário e conseguimos equilibrar as operações. Apesar do maior domínio do Moncorvo, fomos nós que tivemos as ocasiões mais flagrantes. Houve também o lance do golo anulado, sem qualquer justificação. É um golo claro, onde o árbitro assistente, bem colocado, não vê nenhuma infracção e só quando a bola entra na baliza é que o árbitro anula o golo. Neste lance, penalizou claramente a nossa equipa.
Na segunda parte, controlamos melhor o Moncorvo que apenas optou por fazer um futebol previsível e directo. Optamos por apostar no contra-ataque e tivemos duas oportunidades claríssimas que não conseguimos concretizar. Fomos mais perigosos e o resultado acaba por se ajustar.
O técnico Luís Pimentel espera “vencer o próximo desafio em casa”, frente à Oliveirense, que está no topo da classificação e pede aos vila-realenses para comparecerem em peso no jogo de solidariedade com o jogador Ernesto, que recentemente viu a sua casa arder e perder tudo o que lá tinha.
Sílvio Carvalho, treinador do Moncorvo
“O empate soube a pouco”
O técnico estava insatisfeito pelo empate consentido no seu reduto, uma vez que apesar das actuais limitações do plantel, a sua equipa tudo fez para vencer.
“O empate é injusto, uma vez que o Moncorvo foi a melhor equipa em campo. Nos primeiros vinte minutos, colocamos muita pressão sobre o último reduto vila-realense, ainda conseguimos marcar um golo, mas o árbitro esteve mal ao anular. A segunda parte foi diferente, houve mais equilíbrio, mas foi o Moncorvo que teve o grande domínio de jogo, apesar do Vila Real, através de Nuno Meia, ter uma grande ocasião para marcar. Mesmo assim, quero realçar o empenho da minha equipa que, apesar das ausências dos últimos jogos, tudo fez para chegar à vitória. O empate soube a pouco”.
Quanto ao futuro, o técnico Sílvio Carvalho não está optimista, uma vez que refere que vai ser muito difícil as equipas transmontanas ficarem na terceira divisão. “Está tudo muito complicado, mas temos dado tudo para vencer jogos. Irá ser difícil manter a equipa nesta divisão”.
FICHA TÉCNICA
Jogo disputado no Estádio Municipal de Torre de Moncorvo.
Árbitro: Gaspar Fernandes
Auxiliares: Joaquim Alves e Pedro Fernandes
MONCORVO – Vítor, Leandro (Óscar, 69’), Zé Borges, Glauber, André Marqueiro, Coluna, Paulo Dores, Flávio, Zé Tiago (André Pinto, 82’), Lucas, Alexandre.
Suplentes não utilizados: Neto, Joca, Rubenilson, Luís Póvoa e Pedro Borges
Treinador: Sílvio Carvalho
VILA REAL – Gamito, Filipe, Ernesto, Nuno Fredy, Peixoto, Norberto, Pedro (Moura, 70’), Luís Carlos (Leirós, 83’), Castanha, Nuno Meia, André Lisboa.
Suplentes não utilizados: Ivo, Conceição e Fred.
Treinador: Luís Pimentel
Cartões Amarelos: Castanha (43’), André Lisboa (53’), Leandro (66’), Nuno Meia (93’).