Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Fernando Echevarría recebeu prémio das mãos de Cavaco Silva

Depois de entregar o prémio D. Dinis ao escritor transmontano A. Pires Cabral, no ano passado, Cavaco Silva regressou ao Palácio de Mateus, para homenagear Fernando Echevarría, aproveitando a ocasião para sublinhar a importância de “preservar e manter viva a nossa língua”. Fernando Echevarría recebeu, no dia 14, em Vila Real, das mãos do Presidente […]

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Depois de entregar o prémio D. Dinis ao escritor transmontano A. Pires Cabral, no ano passado, Cavaco Silva regressou ao Palácio de Mateus, para homenagear Fernando Echevarría, aproveitando a ocasião para sublinhar a importância de “preservar e manter viva a nossa língua”.

Fernando Echevarría recebeu, no dia 14, em Vila Real, das mãos do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o Prémio D. Dinis, o galardão literário que, desde 1980, é atribuído pela Fundação da Casa de Mateus.

“No silêncio da sua natureza, Echevarría tem vindo pacientemente a construir uma obra que é singular, como só as verdadeiras obras de criação artística conseguem ser, mas da qual a literatura portuguesa pode orgulhar-se”, explicou Cavaco Silva, sobre o poeta de origem espanhola que, nascido em 1929, em Cabezón de la Sal, Cantábria, veio para Portugal, aos dois anos.

O Presidente da República lembrou, ainda, que o escritor tem sido reconhecido, “tanto em Portugal como no estrangeiro”, como exemplo de “qualidade, rigor e exigência”, tendo já sido mesmo homenageado pelo Estado Português, ao receber, no passado dia 10 de Junho, o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique que visa distinguir os que prestaram serviços relevantes a Portugal”.

Escolhido, por unanimidade, pelo júri do Prémio D. Dinis, “Epifanias”, a obra premiada, é, segundo Maria João Reynaud, citada por Nuno Júdice, “um reencontro com os temas maiores de Fernando Echevarria – o amor, a solidão, o envelhecimento, a morte, articulados por um léxico de intuição…”.

“O que Epifanias nos revela é o próprio movimento genésico da palavra, nascido da relação paronomástica de ver e verbo, onde se ilumina o fenómeno compreensivo das coisas do mundo”, explicou o mesmo membro do júri.

Cavaco Silva sublinhou a importância de reconhecer “o valor daqueles que asseguram, a maioria das vezes sem outra compensação, além do prazer de escreverem, a continuidade e a permanente renovação do português, como língua que se adapta a uma realidade cultural e tecnológica em acelerada mudança”, para acrescentar: “Tenho-o dito, várias vezes: no mundo globalizado de hoje, em que os países abandonam, progressivamente, o tradicional isolamento, o trabalho de escritores e de todos aqueles cuja actividade contribui para preservar e manter viva a nossa língua, constitui um pilar decisivo, na afirmação da identidade colectiva”, explicou o Chefe da Nação, deixando, assim, a mensagem de que “temos, acima de tudo, de dedicar uma atenção muito especial ao ensino da língua portuguesa, sem prejuízo, evidentemente, do ensino de outras línguas, também indispensáveis, para respondermos aos desafios da globalização”.

De recordar que, em 2006, foram as obras “Douro: Pizzicato e Chula” e “Que Comboio é este”, da autoria de A. Pires Cabral, os que mereceram a escolha do júri do prémio que, por sua vez, já enalteceu as obras de escritores como Agustina Bessa Luís, Virgílio Ferreira, José Saramago, Eugénio de Andrade e José Cardoso Pires.

Durante a cerimónia de entrega do prémio, decorreu, também, o lançamento do livro “Nem o tempo nem a distância”, uma obra organizada por Heloisa Liberalli Bellotto e que reúne a correspondência entre o 4.º Morgado de Mateus, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão, e sua mulher, D. Leonor de Portugal.

 

Maria Meireles

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