Fernando Queiroga considera que este programa “é uma medida eleitoralista que vem acentuar ainda mais as desigualdades existentes entre o Interior e o Litoral”, acrescentando que “apenas beneficia os grandes centros, áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, deixando à margem os territórios do Interior e concretamente o Distrito de Vila Real”.
Fernando Queiroga refere ainda que “é absurda a forma como o Governo desvaloriza estes territórios, colocando-os sempre em segundo plano no que concerne a investimentos e coesão territorial. Se nos grandes centros os descontos podem ir aos 50 euros, no distrito apenas são de 0,15 euros”.
A tomada de posição do presidente da Comissão Distrital surgiu após serem conhecidas as verbas atribuídas à Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega (CIM-AT), que engloba os concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, e à Comunidade Intermunicipal do Douro (CIMDouro), que abrange 19 municípios, alguns deles pertencentes ao Distrito de Viseu.
Em causa estão verbas de 203 mil euros para a CIM-AT e de 490 mil euros para a CIMDouro, montantes que Fernando Queiroga considera serem “um absurdo visto que estes territórios não têm sequer uma rede de transportes públicos capaz de fazer face às necessidades das populações. Isto é mais uma prova de que o Governo continua a não estar minimamente interessado em resolver os problemas do Interior e pensa apenas em anunciar medidas que aplicadas não têm efeito nenhum”, destacando ainda que “compete às NUTIII a decisão ou não de aplicar estas verbas, pois com estes montantes a sugestão seria de devolver o cheque, porque o interior não pode estar sempre a ser discriminado”.