Sábado, 14 de Dezembro de 2024
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Ferrovias do Douro a Património Mundial

O economista Miguel Cadilhe considerou que as linhas férreas do Douro deveriam ser candidatas a Património Mundial. Este desejo foi manifestado num debate organizado pela Liga dos Amigos do Douro Património Mundial, LADPM, e que juntou cerca de uma centena de pessoas. A duplicação e a electrificação de todo o percurso da Linha foram também ventiladas.

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Defesa, conservação e beneficiação do sistema ferroviário do Douro foram as sensibilidades comuns manifestadas por todos aqueles que participaram neste colóquio sobre as vias ferroviárias da região, realizado no Museu do Douro, na Régua.

Foi também defendida a reactivação do troço Pocinho – Barca de Alva – Salamanca (Espanha), da via estreita do Corgo, entre Régua e Chaves, com continuação até Orense, e a reactivação da linha do Tua, no percurso entre Foz Tua e Bragança, aqui, com ligação ao TGV espanhol.

Em relação à via estreita do Tua, a LADPM está contra o “afogamento de um património arquitectónico único” implícito no Estudo de Impacto Ambiental, sendo necessário um esclarecimento público e fundamentado sobre esta decisão do Ministério do Ambiente, do Ministério da Cultura, da REFER e das Câmaras Municipais”.

Muitas críticas ao actual estado do que resta das linhas durienses e transmontanas foram bem vincadas pelos participantes no colóquio. Miguel Cadilhe, moderador do debate, admitiu que é um crime o que está acontecer ao património ferroviário do Douro. “Há vários projectos de obras públicas que poderão destruir trechos fundamentais do sistema ferroviário do Douro. Alguns estão desactivados, abandonados e é necessário activá–los e colocá-los a funcionar. Há ainda outros troços que poderão ser destruídos para sempre, se certos projectos de obras públicas avançarem como está previsto. Isto é inadmissível”.

Para Gaspar Martins Pereira é difícil entender o que se fala sobre os custos da recuperação das vias-férreas do Douro, quando no Metro do Porto e Lisboa se atinge 160 ou 180 milhões de prejuízo por ano, e porque não, gastar-se algum dinheiro para devolver à região uma das suas maiores identidades, como é o transporte ferroviário”, observou. Antes, José Lopes Cordeiro fez uma autêntica memória descritiva das vias-férreas do Douro e o vice-presidente da UNECTO – Federação dos Caminhos–de-Ferro Turísticos Franceses, Jacques Daffis, apontou exemplos de exploração turística de linhas e o seu reflexo no desenvolvimento regional.

Uma maior dinâmica de aproveitamento das linhas e a sua divulgação foi também referida. Além de não perder a sua funcionalidade pública, as linhas deveriam ser usadas para fins turísticos e educativos, sensibilizando a comunidade escolar a viajar nas linhas ferroviárias do Douro. O presidente da direcção da LADPM, Armando Moreira, garantiu que as conclusões deste colóquio seriam enviadas ao Governo, e a outras entidades nacionais e internacionais. Na parte final, leu uma carta da REFER onde esta assegurou que, até final de Junho, iriam começar os trabalhos de modernização da Linha do Corgo.

 

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