Numa primeira parte de sentido único, o Vila Real sentiu imensas dificuldades para entrar com perigo na área contrária, onde a defensiva local fechou bem os caminhos para a sua baliza. Márcio mostrou também muita atenção entre os postes. Apenas à passagem do minuto 25, os alvi-negros têm uma boa situação de finalização, mas o remate, de primeira, de Castanha encontrou Márcio pela frente. Como em futebol corrido, os forasteiros não estavam a conseguir explanar o seu futebol, devido ao recuo total dos homens da casa, e, muitas vezes, optaram por lances de bola parada. Aos 27’, na sequência de um pontapé de canto, Ernesto fica com o ressalto da bola, mas atira à trave. Poucos minutos volvidos, de novo, a bola a bater no ferro, desta vez, foi Diogo o autor do remate.
A jogar com um esquema táctico muito defensivo, os visitados não davam espaço no seu meio-campo, mas também não conseguiam sair em ataques rápidos, apenas se limitavam a defender o nulo. Aos 44’, Henrique num grande pontapé atira com estrondo à barra, a bola ainda ficou em Leandro que se preparava para alvejar a baliza, mas é claramente impedido por Hugo Letra, que empurra o jogador alvi-negro. Grande penalidade que o árbitro da Régua, Arnaldo Araújo, deixa passar em claro, ao mandar seguir o lance, decorria o minuto 44’. O nulo verificado ao intervalo premiava o jogo totalmente defensivo dos donos da casa, mas penaliza-se os vila-realenses que tiveram três bolas devolvidas pelos ferros da baliza à guarda de Márcio.
Na segunda parte, o cariz de jogo foi diferente a partir do golo madrugador de André Azevedo, que entrou, ao intervalo, para o lugar de Henrique. Aos 49’, Moura ganha a bola, coloca em Azevedo que ultrapassa um adversário e perante o guarda-redes não tem dificuldade em atirar ao poste mais distante e fazer, assim, o único golo do encontro. A perder, o Fiolhoso vai para a frente tentar anular a desvantagem, mas não teve grande capacidade para incomodar Ivo, apenas por uma vez Nelson consegue o remate, mas este não teve a melhor direcção. Agora, o Vila Real aproveita para sair em transições rápidas, mas só teve uma única ocasião para ampliar a vantagem, numa jogada bem delineada pelo trio atacante alvi-negro, onde Castanha culminou o lance com um remate forte que, mais uma vez, só o poste travou. Já muito perto do final, os homens da casa viram um lance perigoso anulado pelo assistente Filipe Cabral, por suposto fora-de-jogo de Choco, que protestou e acabou por ver o cartão amarelo.
A vitória acaba por ser justa, já que o Vila Real foi a melhor equipa em campo, criou inúmeras situações, mas o Fiolhoso mostrou muita atitude e vendeu cara a derrota, faltou-lhe algumas “armas” para lutar por outro resultado.
CARLOS FELISBERTO, treinador do Vila Real
“A vitória é um justo prémio para o esforço dos jogadores”
O técnico alvi-negro realçou que a vitória foi justa, já que a sua equipa foi a única que procurou vencer, perante um adversário que soube fechar quase todos os caminhos para a sua baliza.
“Durante a primeira parte apenas uma equipa procurou jogar, tentando obter o objectivo do jogo, que é o golo. Encontramos um Fiolhoso completamente em bloco baixo, com quase todos os jogadores muito perto da sua baliza. Sabíamos que ao marcar um golo, o jogo iria ser diferente. Isso acabou por acontecer no início da segunda parte, e a partir daí, o jogo ficou mais aberto, poderíamos ter ampliado a vantagem, mas o Fiolhoso também subiu as suas linhas e tentou chegar o empate. Gostei da atitude dos jogadores, num piso duro, onde as bolas saltavam bastante, mas a equipa mostrou boas movimentações, um posicionamento forte e teve alguns bons momentos no jogo. A vitória é um justo prémio para o esforço dos jogadores”.
Filipe Gonçalves, treinador do Fiolhoso
“Pretendíamos outro resultado”
No final do encontro, o técnico da casa não gostou do resultado, mas sublinhou a atitude positiva da sua equipa, que jogou com muitos jovens, devido aos castigos de jogadores influentes no seu habitual esquema táctico.
“Pretendíamos outro resultado. É obvio que o Vila Real teve mais posse de bola, teve mais oportunidades e nós limitamo-nos a defender, durante o primeiro tempo. Na segunda parte, o Vila Real teve a sorte de fazer um golo muito cedo, nós tentamos ir atrás do prejuízo, tivemos duas/três situações perto da baliza, mas não conseguimos marcar. O Vila Real tentou jogar em contra-ataque e teve mais uma ou outra situação de finalização. Aos 89 minutos, toda a gente viu, o fora-de-jogo mal assinalado pelo fiscal de linha. A decisão é dele e há que respeitar. Aliás, até esse lance, penso que estávamos a assistir a uma excelente arbitragem. Mas, com isto, não quero retirar qualquer tipo de mérito à vitória do Vila Real. Tínhamos quatro jogadores castigados para este jogo, mas os jovens que entraram, mostraram aquilo que é a imagem deste clube”.
Ficha Técnica
Jogo disputado no Campo de Santa Bárbara, em Fiolhoso.
Árbitro: Arnaldo Araújo
Auxiliares: Filipe Cabral e Augusto Azevedo
FIOLHOSO: Márcio, Nuno, Agostinho, Hugo Letra, Catarino, Flávio (Ricardo Cruz, 89’), Huguinho, Teixeira (Pedrito, 45’), Miguel, Pitrez (Sérgio Choco, 55’), Nelson.
Suplente não utilizado: Sérgio Gomes
Treinador: Filipe Gonçalves
VILA REAL: Ivo, Bessa, Francis, Fredy, Mica, Ernesto, Castanha, Diogo (Mico, 60’), Moura, Henrique (André Azevedo, 45’), Leandro (Miguel Ângelo, 74’).
Suplentes não utilizados: Pedro, Peixoto, Miguel e André Teixeira
Treinador: Carlos Felisberto
Ao intervalo: 0-0
Marcador: André Azevedo (49’)
Cartões amarelos: Pitrez (26’), Flávio (62’), Ernesto (85’), Sérgio Choco (88’), André Azevedo (91’).