Este é apenas um excerto da história dos bombeiros da Cruz Verde de Vila Real, disponível no site da Associação. São 125 anos ao serviço da população.
António Teixeira tomou posse como presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros da Cruz Verde há cerca de um ano e meio. Com passagem pelas forças armadas, diz ter aceitado este novo desafio com “espírito de servir”.
E para melhor servir a população, é necessária “uma melhor capacidade de resposta dos nossos operacionais”. Para tal, “temos que aumentar as valências, para que a resposta seja mais completa”, afirma. Isso faz-se “aumentando os conhecimentos e competências de cada um, através da formação contínua”.
“Temos em fase final de formação cerca de 20 elementos que vão integrar o corpo de bombeiros e outros 20 que vão iniciar formação, brevemente. As pessoas não podem estar muito tempo a aguardar, sob o risco de desistirem, daí que o nosso centro de formação seja uma mais-valia. Fez-se ali um grande investimento para termos condições para ministrar várias formações e não dependermos de ninguém. Além disso, é um espaço aberto a outras corporações. Queremos fazer deste um centro de formação de excelência.
A formação é importante e instrução também. É preciso praticar o que aprendemos”.
“Temos que aumentar as valências, para que a resposta seja mais completa”
António Teixeira – Presidente
A Associação quer apostar, também, num maior envolvimento com a comunidade, principalmente, com as empresas. “A nossa área de atuação tem muitos riscos, só na zona industrial temos mais de 170 empresas. Temos que conhecer os equipamentos e produtos com que laboram, saber a perigosidade de cada um, saber das saídas de emergência existentes”, salienta, acrescentando que “até agora, tem corrido tudo bem, mas não se sabe o dia de amanhã. Podemos, por exemplo, dar algum tipo de formação a alguns dos trabalhadores para que possam atuar no imediato, até à nossa chegada”.
Questionado sobre o parque de viaturas, António Teixeira admite que “todos os nossos veículos de socorro, ao nível das ambulâncias, têm muitos quilómetros. Isso obriga-nos a um planeamento de substituição porque, a certa altura, deixa de ser rentável levá-las a uma oficina. Vamos promover, este ano, a substituição de algumas ambulâncias e pensar já nas que têm de ser substituídas nos próximos anos”. E adianta que “as viaturas são caríssimas. Uma viatura de combate a incêndios, bem equipada, ronda os 250 mil euros e uma ambulância cerca de 70 mil. Há entidades que nos apoiam, mas não chega”.
A Cruz Verde tem aproximadamente 50 ocorrências por dia. Só em 2022, percorreu quase 500 mil quilómetros, interveio em 10.419 ocorrências, das quais 182 foram incêndios, e respondeu a 4.213 alertas. Tudo isto leva a que “sejam precisos mais meios e mais gente porque não queremos ter de recusar serviços. Queremos fazer da Cruz Verde uma associação mais forte”.
Para tal, uma das grandes apostas da direção está na comunicação, como forma de “criar maior empatia com a população e sermos mais assertivos. O objetivo não é, de todo, predominância, mas sim envolver a população e mostrar o porquê de se fazer algo de determinada maneira”.
Um dos objetivos passa por percorrer as várias freguesias, do concelho de Vila Real, “para dar a conhecer o trabalho dos bombeiros, com ações concretas, com ambulâncias, enfermeiros, operacionais, e com isso, quem sabe, conseguir alguns voluntários”, conclui António Teixeira.
O contacto com a população faz-se, ainda, através do Coro da Cruz Verde e da Fanfarra. Há ainda a Escola de Infantes e Cadetes, que conta, atualmente, com dez elementos.
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