Um dos produtores afetados foi Luís Faceira, que tem uma produção anual superior a 20 pipas de vinho, mas este ano não sabe o que irá colher, numa altura em que estão a rebentar as videiras.
“É tudo a ajudar”, diz em tom irónico à VTM, adiantando que em Constantim foram vários produtores afetados, com muitas videiras queimadas pela forte geada que caiu na quarta-feira, dia 1 de abril.
Sobre a queda de produção que poderá vir a ter, Luís Faceira diz que ainda é cedo para previsões e espera que os rebentos das plantas ainda consigam recuperar nos próximos meses, no entanto a agricultura é uma atividade “muito imprevisível” e até à vindima ainda falta muito tempo. “Não fiz nenhum tratamento adicional, vamos ver como corre”.
Em Guiães, a neve e a geada também afetaram as vinhas, com os agricultores a ter despesas redobradas para minimizar os prejuízos.
É o caso de Fernando Borges, que já aplicou um tratamento na vinha, no entanto, depois do mau tempo da semana passada, terá forçosamente de fazer outro. “É mais despesa para quem vive apenas da vinha, mas por vezes o tempo surpreende e acaba por trazer prejuízos com os quais não estávamos a contar”.
“Os tratamentos a mim não me incomodam muito, porque consigo fazê-los sozinho com a ajuda do trator”, sublinhou, adiantando, no entanto, que se tem verificado um “aumento do custo dos produtos fitofarmacêuticos em relação ao ano passado”.