Denominada “Idosos em Segurança”, a acção de sensibilização dinamizada, a nível nacional, pela Guarda Nacional Republicana (GNR) registou na área de intervenção do Comando Distrital de Vila Real, mais de meio milhar de participantes, em mais de duas dezenas de sessões, uma das quais realizadas ontem, na Casa do Povo da Campeã, em Vila Real.
“O objectivo é sensibilizar e avisar as pessoas para os esquemas de burlões”, explicou fonte da GNR, revelando que, para além de na própria sessão serem apresentados exemplos verídicos, muitas vezes as reuniões acabam por revelar mais experiências.
Como foi o caso da história que Maria Etelvina Tuna partilhou com um auditório de cerca de 55 idosos da freguesia, um episódio de burla que lhe custou uma peça em ouro que, mais que valor material, “tinha um valor sentimental muito grande”. A sexagenária recordou que tudo aconteceu, há cerca de cinco anos, quando numa noite tocou o telefone e foi o marido a atender, “o que até nem era habitual”. “Do outro lado, um senhor disse que era da Segurança Social e iria fazer um rastreio gratuito a casa”, relembra Etelvina Tuna que acabou por dizer ao homem a que horas não estariam em casa para o receber, e foi exactamente nessa altura que a casa foi assaltada e levaram “o colar que comprou, quando tinha 21 anos, depois de ter trabalhado tanto para juntar o dinheiro”.
As personagens variam, as técnicas são por vezes as mais descabidas, mas a verdade é que ainda são muitos os idosos que “caem no conto do vigário”. Segundo dados da GNR no ano passado, em Trás–os-Montes, registaram-se vinte queixas de burlas, no entanto muitos são aqueles que, mesmo quando se trata de elevadas quantias monetárias, não se dirigem às forças de segurança com receio de serem ridicularizados por vizinhos ou mesmo repreendidos por familiares.
“Ouvem-se casos como o de um senhor em Murça, que foi burlado em 100 mil euros porque estava convencido que ia ter grandes lucros”, recordou fonte da GNR, enumerando vários tipos de abordagens que envolvem altas quantias monetárias e que, na maior parte dos casos, não são reavidas porque os idosos têm dificuldades em identificar os burlões ou em contar exactamente o que aconteceu.
Hoje realizam-se as duas últimas sessões do programa dinamizado pelo Comando Distrital da GNR de Vila Real, sendo que uma está marcada para as 10h00, na freguesia de Atei, e outra decorrerá no lar de idosos Mondim de Basto, por volta 14h00.