“Ainda não é tarde”, garante o Bloco de Esquerda (BE) que, no dia 28, manifestou-se contra a construção de vários projectos do Plano Nacional de Barragens para o Alto Tâmega e da Auto-estrada Transmontana, obras que já estão em curso, mas que vão merecer um pedido de esclarecimento ao Governo por parte do partido.
Alda Macedo, candidata do BE pelo círculo eleitoral de Vila Real às próximas eleições legislativas, adianta que o partido vai “estabelecer pontes entre os autarcas da região de Basto e do concelho de Chaves” para sensibilizar e mobilizar a população no sentido de travar alguns projectos do Plano Nacional de Barragens que considera serem “um atentado contra a estabilidade ambiental”.
“Algumas barragens já estão em obras, mas outras não. Ainda não é tarde para preservar a bacia do rio”, explica a deputada, considerando que a população deve pensar duas vezes antes de apoiar investimentos que vão acabar por transformar o Tâmega “num cadáver biológico”.
A atenção do Bloco está também virada para outra obra que também está já em andamento, a Auto-estrada 4, cujo actual traçado prevê a construção de um viaduto “em plena Rede Natura 2000”. “Trata-se de uma opção novo-riquista” tendo em conta que o Governo optou por uma solução com custos “exorbitantes” e que não teve em consideração as questões ambientais.
Alda Macedo acredita que é preciso “parar a obra e repensar o projecto”, considerando que é possível investir em acessibilidades seguras para a região sem que se tenha que apostar em auto-estradas que absorvam todos os recursos financeiros.
“Vamos preparar-nos para, na prova legislatura, travar este traçado contranatura”, garantiu a candidata que defendeu ainda o investimento ao nível do Plano Ferroviário que, com menos custos e menos impactos ambientais, pode representar um passo na garantia de melhores acessibilidades para a região.
Em conferência de imprensa, Filipe Rolão, candidato à presidência da Assembleia Municipal de Vila Real, avançou também com algumas preocupações do partido relativamente à capital de distrito, nomeadamente a possível criação de um parque de estacionamento nas escarpas do Corgo.
Confiante na sua eleição enquanto deputado municipal, o candidato revelou que “uma das primeiras medidas” que o partido irá apresentar ao órgão deliberativo é a “revisão do Plano de Pormenor do Parque Corgo”.
O Hotel do Parque é outras das problemática que, segundo o BE, mostra a “inércia da autarquia”. “O edifício foi embrulhado com a promessa da sua transformação num hospital privado. Os panos já se foram embora e a ferida permanece”, sublinhou Rui Cortes, do Bloco de Esquerda de Vila Real.
O mesmo responsável político voltou a questionar em que medida é que a entrega do projecto a um promotor imobiliário que pretende ali construir um hospital de luxo privado possa servir os interesses dos vila-realenses, falando mesmo em “campanha fraudulenta” por parte da Câmara Municipal de Vila Real.
Mais, Rui Cortes lamenta que a autarquia tenha investido na requalificação do equipamento urbano do Bairro dos Ferreiros (junto ao Hotel do Parque) sem arranjar soluções para a reconstrução das habitações degradadas daquela zona histórica da cidade, bem como critica a reutilização do edifício dos moinhos, antes pensado para a criação de um Centro de Monitorização Ambiental, “num prédio de escritórios para o Eixo Atlântico”.
Hoje, o Bloco vai reunir-se com o reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para debater a situação financeira da academia e o futuro dos pólos em Chaves e em Miranda do Douro.
