No Largo do Anjo, a frutaria de Cristina Chaves é dos poucos negócios que mantém a porta aberta. “Como tenho produtos de alimentação tenho que manter o meu negócio aberto, com as devidas precauções atendo os clientes”, refere a comerciante que, antes de começar a falar com A Voz de Trás-os-Montes, atendeu um senhor que levou morangos e ainda um pão centeio. À porta da frutaria, o cliente fez o seu pedido e Cristina do lado de dentro preparou a encomenda. A entrega e o pagamento foram feitos na rua com a distância e cuidados recomendados. “Atendo um a um. Eles também têm bastante consciência, aliás há uma senhora que nem do carro sai, eu levo-lhe o saco e ela põe o dinheiro dentro de um saco plástico”.
A comerciante sempre teve preocupação com a higiene no dia-a-dia no seu trabalho, mas agora ainda mais. “Sempre tive cuidado com o manuseamento dos produtos, ando com luvas, agora atendo um cliente e depois lavo as mãos e desinfeto-as com o gel. Constantemente”.
Com o horário de funcionamento reduzido, o negócio de Cristina Chaves tem diminuído consideravelmente, uma vez que a maioria da sua clientela é idosa e das aldeias e, por esta altura, não têm saído de casa. “Tinha clientes de idade que vinham das aldeias, principalmente nos dias de feira e que agora não vêm. São os filhos que agora fazem as compras por eles”.
Chaves parece uma “cidade fantasma”, não se vê “vivalma na rua”, como diz Cristina descrente de que a economia “vá recuperar tão cedo”. “Tenho a sorte de não pagar renda, mas as contas da luz, da água e do telefone estão a chegar. Mas vamos ver como vai ser. Há que ter esperança”.
Nota para o facto de esta reportagem ter sido feita presencialmente, mas com as devidas medidas de precaução.