Apesar de estar “atenta” à situação, a Ministra da Cultura garante que o vazio institucional criado no Museu do Douro, com a demissão do seu Director, é uma questão “interna” que deverá, por isso, ser resolvida no seio do “Conselho de Administração” da Fundação. Isabel Pires de Lima deslocou-se a Vila Real, no Dia Mundial do Teatro, para a abertura do Festival“Vinte e Sete”.
A Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, assistiu, no dia 27, à estreia de “Herbário”, o espectáculo de João Pedro Vaz, inspirado nos “Diários” de Miguel Torga, o poeta transmontano que, este ano, no âmbito das comemorações do Centenário do seu nascimento, serve de mote ao Festival Internacional de Teatro “Vinte e Sete”.
Antes do início do espectáculo, a Ministra comentou a situação vivida na Fundação Museu do Douro, com a demissão, no dia 26, do Director Gaspar Martins Pereira e da Secretária-geral da organização, sublinhando que esta problemática deverá ser resolvida “internamente” pela Fundação, de maneira a que não sejam postos em causa os “prazos apertados”, designadamente no que diz respeito à construção da sede da instituição, uma garantia que, segundo Isabel Pires de Lima, já foi assumida, pela Administração da Fundação.
Depois da reunião com vários agentes culturais do mundo do teatro da região, a Ministra marcou a abertura da 3.ª edição do Festival de Teatro “Vinte e Sete”, assistindo à peça “Herbário”, de João Pedro Vaz que veste a pele do médico Adolfo Correia Rocha, ou seja, Miguel Torga, levando ao público “60 anos de notas” que se encontram imortalizadas nos “Diários” do poeta transmontano.
Com as comemorações do Centenário do seu nascimento, Miguel Torga é o tema central do “Vinte e Sete” que vai contar, ainda, com outras três peças de teatro inspiradas na obra daquele autor, nomeadamente “Alma Grande”, pelo Teatro “O Bando”; “No Rasto de Miguel Torga”, pela “Urze–Teatro”; e “Bichos”, pela companhia “Útero”.
A homenagem ao poeta ultrapassa o mundo do teatro para outras áreas da Cultura, com a estreia do filme de Paulo Castro “Paixão Segundo S. Martinho de Anta” (uma produção do Teatro de Vila Real), uma exposição do pintor Jorge Marinho, “Torga – Letras e Paletas”, as sessões de contos do grupo “O Contador de Histórias”, intituladas “Bichos e Outros Contos da Montanha” e, ainda, uma viagem em comboio histórico, de Vila Real à Régua, evocando “Quando Torga partiu para o Brasil”.
Para hoje, a programação do Festival Internacional tem agendado, em Chaves, o espectáculo “Joana d’Arppo”, pelo grupo de teatro suíço “Gardi Hutter”. Amanhã, é a vez do “Teatro de Garagem” subir ao palco da casa de espectáculos vila-realense, com a peça “A morte de Danton na garagem”, e, no sábado, João Pedro Vaz levará o seu “Herbário” até Bragança.
Maria Meireles