A direção do Sport Clube de Vila Real avançou com a “instauração de um processo disciplinar” ao jogador João Vítor, que chegou ao clube em dezembro para reforçar o centro da defesa alvinegra.
Na missiva enviada ao jogador, o clube argumenta que o atleta “faltou aos deveres de respeito, selo e diligência”.
No contrato entre as duas partes, a VTM sabe que o jogador foi contratado para auxiliar administrativo, função que nunca chegou a exercer. “Este tipo de contratos tem vindo a ser uma prática de alguns clubes para reduzir os custos com os jogadores profissionais”, disse uma fonte do clube à VTM.
O certo é que o jogador, de 24 anos, desde que chegou começou logo a ser titular no eixo da defesa alvinegra, quando André David era o técnico principal, mas este acabou por deixar o clube a 7 de janeiro, para assinar pelo Bragança.
Com a entrada de João Manuel Pinto para o comando da equipa, o treinador deixou claro que não contava com o central brasileiro, que acabou por ser afastado da equipa e começou a treinar à parte do restante plantel.
Na altura, o treinador lamentou as atitudes de desrespeito do referido atleta e a sua falta de profissionalismo.
Inconformado com o afastamento, o jogador foi pedir explicações ao diretor desportivo, Carlos Martins, que lhe terá dito que essa “matéria era da exclusiva responsabilidade e competência do treinador”.
Na carta pode ainda ler-se que o jogador foi chamado ao balneário dos treinadores, tendo mostrado uma “postura altiva”, perante os treinadores João Manuel Pinto, Alexandre Aleixo, Vítor Murta, Artur Júnior e o diretor desportivo Carlos Martins.
Na altura, o treinador principal, João Manuel Pinto abordou o atleta de forma “calma e serena”, onde lhe explicou os motivos técnicos e disciplinares pelos quais não contaria com ele na equipa. “Durante o discurso do treinador, o jogador “apenas sorria de forma sarcástica, ignorando as palavras que lhe eram dirigidas”.
Na nota de culpa enviada ao jogador brasileiro, a direção diz que ele “reagiu de forma agressiva” e tratou mal as pessoas que ali estavam. O diretor desportivo, Carlos Martins, ainda tentou acalmar o jogador e pediu para o ouvir, mas este saiu “de rompante, batendo com a porta”.
A 1 de fevereiro, a direção comunicou a João Vítor que “deixaria de prestar atividade desportiva e deveria apenas realizar as funções administrativas para as quais tinha sido contratado”.
O atleta não terá gostado do que ouviu e reiterou que estava ali “para jogar à bola e que iria ficar até maio”, segundo está na acusação do clube.
Desde essa altura “não se apresenta na sede do clube, faltando injustificadamente”, reafirma o clube.
O presidente do SC Vila Real, Francisco Carvalho, explicou que a decisão do treinador, de que não contava com eles, foi comunicada aos dois jogadores brasileiros, João Vítor e Matheus Duarte, com este último a aceitar pacificamente a decisão, enquanto o João Vítor “não se conformou e até chegou a tratar-me mal”.
O jogador tem 10 dias para reagir ao procedimento disciplinar, e a VTM sabe que vai contrapor os argumentos “com provas” que o ilibam das acusações apresentadas pelo clube.