Encarando o jogo de forma séria, os alvi-negros entraram personalizados, a fazer uma boa circulação de bola entre os sectores, empurrando o adversário para o seu último terço do terreno. Com uma pressão alta sobre a bola, os visitantes colocavam bolas perigosas na área defensiva do Lobrigos, por isso, não foi de estranhar o golo madrugador de Leandro. Aos 7’, há uma jogada bem delineada pelo ataque forasteiro, Shuster coloca em Peixoto que aparece descaído sobre a ala esquerda, este tem um cruzamento primoroso para Leandro que encosta o pé e faz o primeiro golo da tarde. Com o golo madrugador, os vila-realenses continuaram à procura de ampliar a vantagem, mas o Lobrigos não permitiu que isso acontecesse. Aliás, tentou jogar o jogo pelo jogo, mas do outro lado encontrou uma equipa muito segura de si, que não deu qualquer veleidade na sua defensiva. Só através de lances bombeados para a área, os visitados conseguiam incomodar Pedro, mas sem conseguirem criar oportunidades claras de golo. À passagem da meia hora de jogo, Leandro vai ter nos pés uma soberana oportunidade para bisar, mas acaba por se enrolar com Daniel e a bola acaba por sair pela linha de fundo. Na sequência do pontapé de canto, Ernesto sobe mais alto que toda a defensiva e faz o cabeceamento para grande intervenção de Fontinha. Ao intervalo, a vantagem mínima dos forasteiros justificava-se.
A segunda parte iniciou-se praticamente com o golo do Vila Real, desta vez apontado por Peixoto. Aos 48’, Castanha bate um pontapé de canto à maneira curta para Shuster que levanta para o primeiro poste onde aparece Peixoto, livre de marcação, a cabecear, à vontade, para o segundo golo da tarde. Toda a defensiva do Lobrigos foi mal batida, já que se limitou a ver jogar, sem fazer as devidas marcações dentro da área. Seis minutos volvidos, Bessa tem uma grande arrancada, ultrapassa diversos adversários e coloca na faixa em Lisboa que faz um cruzamento tenso para a entrada de Leandro que dá um toque subtil e assim acaba por bisar na partida. A perder por três bolas, João Carlos Silva mexe na equipa e lança dois atletas no jogo, mas a sua estratégia acaba por se gorar com a expulsão de Daniel, que viu o segundo cartão amarelo e consequente vermelho. A jogar com mais um elemento, os vila-realenses acentuaram ainda mais o seu domínio e foi com naturalidade que chegaram ao quarto golo. Mais uma vez, Lisboa vai à linha e, com tempo para tudo, coloca em Mico que aparece solto à entrada da área e remata forte, sem hipótese para Fontinha. Com o vencedor encontrado, os forasteiros iam criando oportunidades para ampliar ainda mais o resultado, já com o Lobrigos completamente rendido ao melhor futebol apresentado pelos alvi-negros. Aos 89’, Castanha coloca em Moura que enche o pé e bate Fontinha pela quinta vez. Já em período de compensação, Moura bisa na partida. Leandro passa por vários adversários e coloca em Moura que faz o sexto golo dos vila-realenses.
Ao marcar cedo, o Vila Real conseguiu impor o seu futebol e venceu com clareza um adversário que mostrou muito pouco para tentar alcançar um resultado positivo.
No próximo jogo, o Vila Real tem um difícil teste à sua capacidade de liderança, já que vai receber o S. C. da Régua, no Monte da Forca.
CARLOS FELISBERTO, treinador do Vila Real
“Fizemos uma excelente exibição”
O técnico alvi-negro gostou da exibição e do resultado volumoso conquistado pela sua equipa.
“É uma vitória expressiva que fomos construindo ao longo do jogo. Com muita determinação, empenho e mérito, fizemos com que o jogo ficasse fácil. Quando ainda estávamos a jogar contra onze, chegamos ao três a zero, fruto de uma excelente exibição, onde não permitimos ao adversário criar qualquer situação de finalização. Depois, o Lobrigos ficou reduzido a dez elementos e tudo ficou mais fácil, quer nas transições ofensivas, quer defensivas. À medida que as oportunidades iam aparecendo, fomos concretizando algumas, outros ficaram por marcar. O Vila Real demonstrou o porquê desta consequência de vitórias, pois, dentro de campo, joga com alegria, com confiança, com processos bem definidos e conseguimos transpor o trabalho desenvolvido durante a semana para os jogos de domingo. Ao longo do campeonato, temos optado por integrar todos os jogadores, pois temos 22 elementos e contamos com todos eles. Ninguém tem de se sentir desmotivado, porque esta equipa técnica pode chamar qualquer um para integrar a equipa, pois os processos são simples e todos têm conseguido assimilá-los com sucesso”.
JOÃO CARLOS SILVA, treinador do Lobrigos
“O Vila Real não é do nosso campeonato”
No final do encontro, o técnico da casa estava desiludido com a pesada derrota, mas considerou que foi apenas um acidente de percurso da sua equipa.
“Claro que não esperava esta derrota, mas o futebol é assim mesmo. Fizemos uma boa primeira parte, sofremos um golo cedo, o que dificultou a nossa tarefa. Mesmo assim, acabamos por dar uma boa resposta ao golo sofrido. Na segunda parte, o Vila Real voltou a marcar cedo e pouco depois fez o terceiro. Com este resultado, já tínhamos poucas hipóteses de reacção e ainda ficamos reduzidos a dez elementos. Se com onze era difícil, com dez era mesmo impossível perante esta equipa que não é do nosso campeonato. A nossa equipa quis jogar o jogo pelo jogo, nunca foi minha intenção colocar o autocarro à frente da baliza, mas com a decorrer do tempo tudo foi mais complicado. Vamos agora centrar a nossa atenção contra aqueles que lutam pelo mesmo objectivo, a manutenção.
FICHA TÉCNICA
Jogo no Estádio Municipal de Santa Marta de Penaguião.
Árbitro: Gonçalo Martins
Auxiliares: José Gomes e José Pinheiro.
LOBRIGOS: Fontinha, Nuno, Ricardo, Daniel, Luís Mokas, Juan, Armindo (Vasco, 73’), Felícia (Pedro Sousa, 56’), Sapy, Lucas (Licínio, 56’), Fisga.
Suplentes não utilizados: Toni, Miguel Ângelo e Tapada.
Treinador: João Carlos Silva
VILA REAL: Pedro, Bessa, Peixoto, Miguel, Mica, Ernesto, André Lisboa (Diogo, 72’), Castanha, Leandro, Shuster (Mico, 68’), André Azevedo (Moura, 67’).
Suplentes não utilizados: Ivo, Nuno Fredy, Francis e Luís Alves.
Treinador: Carlos Felisberto.
Marcadores: Leandro (7’ e 54’), Peixoto (48’), Mico (70’), Moura (89’ e 94’).
Ao intervalo: 0 – 1
Cartões amarelos: Daniel (30’ e 59’), Shuster (63’), André Lisboa (65’), Peixoto (69’).
Cartão Vermelho: Daniel (59’, ac.)