O Primeiro-ministro, José Sócrates, inaugurou no dia oito, a Loja do Cidadão de Murça, a primeira de Segunda Geração a abrir na Região Norte e a quarta a nível nacional.
“Esta é a prova de que é possível fazer bem e modernizar no interior do país”, sublinhou o governante, referindo-se ao processo de Modernização da Administração Pública como um “programa que, pelos seus bons resultados, não tem volta”, mas que ainda tem muito a fazer.
José Sócrates referiu que se trata de incutir um espírito de “bem servir”, uma melhoria na imagem da função pública, “fundamental” em todo o país.
Explicadas como uma importante peça no “combate à burocracia”, as Lojas do Cidadão reúnem num mesmo espaço vários serviços, tal como acontece em Murça, onde estão agregados, no edifício do Tribunal (onde antigamente funcionava a Associação de Municípios de Trás-os-Montes e Alto Douro), os balcões do Instituto da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações, do Instituto dos Registos e do Notariado, da Direcção-Geral dos Impostos e da Câmara Municipal de Murça, com todos os serviços que lhes estão associados.
“A novidade das lojas de Segunda Geração é a existência de um balcão multiserviços que garante o atendimento em serviços que antes não existiam em Murça”, como a Caixa Geral de Aposentações, a Direcção-Geral do Consumidor ou o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, explicou Pedro Silva Pereira, ministro da Presidência. “A título de exemplo, os cidadãos, com uma só senha, podem pedir neste balcão o Cartão Europeu de Seguro de Doença, alterar elementos da carta de condução, requerer serviços municipais, entre outros”.
A Loja do Cidadão de Murça tem uma área total de mais de 200 metros quadrados, exigiu um investimento aproximado de 250 mil euros e representa, entre as lojas de primeira e segunda geração, a 14.ª a entrar em funcionamento a nível nacional.
O plano de expansão da rede “prevê, ainda, a abertura de mais 29 Lojas” e corresponde a “um investimento de 35 milhões de euros”, referiu Pedro Silva Pereira.
João Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Murça, chamou a José Sócrates o seu “amuleto da sorte”, ao recordar os investimentos que foram feitos ao longo dos últimos anos naquele concelho transmontano e os que ainda vão beneficiar a população murcense, como o Lar de Idosos de Jou, o “grandioso” Centro Escolar, o Pavilhão Gimnodesportivo, a sede do Centro Social de Murça, entre outros.
O autarca lembrou ainda que outros grandes projectos são “desejados” pelo município, como a Auto-estrada número quatro e a barragem da Foz do Tua, salvaguardando que, neste último caso, deverá ser garantido pelo Governo que a albufeira do empreendimento hidroeléctrico não deva ascender os 170 de cota, “caso contrário seria a desgraça para as populações do concelho”.
Agradado pela recepção, José Sócrates, que ao contrário do que estava previsto no programa divulgado pela autarquia, não chegou a entregar oficialmente uma ambulância aos bombeiros locais, terminou o seu discurso lembrando que “quem conta com Trás-os-Montes encontra sempre mais do que a conta”.
Depois de Murça, o Primeiro–ministro ainda se deslocou até Benlhevai, em Vila Flor, distrito de Bragança, para presidir à assinatura de contratos de investimento de 27,5 milhões de euros da responsabilidade da Sousacamp, empresa de produção de cogumelos.