Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
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Manel

Nome vulgar para um homem de quem a História não reza. Nasceu lá para as bandas da fronteira onde o Alto Douro começa a perder o fulgor a favor das Terras do Demo, imortalizadas pelo génio de Aquilino. Pinheiros é o nome da aldeia, a meia dúzia de quilómetros de Tabuaço, sede do concelho. Terra pequena, pendurada na encosta da serra e espraiando-se pelo Vale de Corças. É aqui que tenho as minhas raízes.

Manel era o Manel de Pinheiros, meu quarto primo, homem rude, que nunca soube o que era um banco de escola, que comeu o pão que o diabo amassou alagado com o suor de erguer a enxada, acima e abaixo, com que desventrava o chão das leiras e lameiros.

Um dia, há muitos anos, acumulou com o lugar de sacristão, o de coveiro. Um homem tinha que se agarrar a tudo se queria sobreviver. E, durante anos a fio, abriu as últimas moradas dos amigos, família, e todos os que naquele pequeno cemitério pretendiam repousar para sempre.

Era um homem simples, sem sabedorias livrescas mas com o saber próprio dos que passam pelo mundo com os olhos

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