Manel era o Manel de Pinheiros, meu quarto primo, homem rude, que nunca soube o que era um banco de escola, que comeu o pão que o diabo amassou alagado com o suor de erguer a enxada, acima e abaixo, com que desventrava o chão das leiras e lameiros.
Um dia, há muitos anos, acumulou com o lugar de sacristão, o de coveiro. Um homem tinha que se agarrar a tudo se queria sobreviver. E, durante anos a fio, abriu as últimas moradas dos amigos, família, e todos os que naquele pequeno cemitério pretendiam repousar para sempre.
Era um homem simples, sem sabedorias livrescas mas com o saber próprio dos que passam pelo mundo com os olhos
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