“O problema agudizou-se a partir de 2011 e estabilizou ligeiramente em 2015 e 2016, mas ainda se faz sentir e há estabelecimentos em situação financeira muito complicada”, revela Nuno Flora, secretário-geral da Associação Nacional das Farmácias (ANF).
A principal causa para esta situação é a “redução das margens de lucros e o preço dos medicamentos”, acrescentou o dirigente, admitindo a dificuldade de acesso aos medicamentos pela menor “capacidade financeira das farmácias em manter em stock um elevado número de medicamentos”.
As farmácias garantem, atualmente, uma cobertura nacional, mas as dificuldades podem “pôr em causa a rede de saúde de proximidade à população”, alerta o secretário-geral da ANF.
Nos primeiros quatro meses deste ano, sete farmácias entraram em insolvência e 16 foram alvo de penhoras. As farmácias com ações de insolvência ou de penhora representam já 20,1 por cento da rede farmacêutica nacional, o que se traduz em 591 farmácias portuguesas.
Nos últimos cinco anos registou-se uma subida de 145,2% de farmácias nesta posição. Entre dezembro de 2012 e abril de 2017, o número de farmácias em insolvência subiu de 61 para 212, mais 247,5%. No mesmo período, o número de farmácia com ações de penhora aumentou de 180 para 379, o que representa um aumento de 110,6%.
Estas são conclusões do barómetro do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR) para a Associação Nacional das Farmácias.