Três gansos mortos, cerca de 150 euros de prejuízo e um grande susto, este é o balanço do ataque, no dia 18, de uma matilha de cães que está a motivar a preocupação dos proprietários de uma quinta na freguesia de Folhadela.
Pouco faltava para as 10h00 quando a esposa de Armando Dias deu o alerta, a matilha, que por várias vezes atacou os animais da propriedade, estava de volta e desta vez, devido à proximidade do local onde se encontravam, a mulher foi confrontada por vários cães e obrigada mesmo a fugir e pedir auxílio.
“Corri para o lugar onde tenho os animais e consegui trancar cinco dos cães dentro da loja onde temos os coelhos”, relatou Armando Dias, carpinteiro de profissão e proprietário da quinta, onde, “por quatro vezes”, uma matilha de cães atacou animais.
Depois de vários contactos, inclusive com a Guarda Nacional Republicana, o carpinteiro acabou por conseguir entrar em contacto com o canil intermunicipal, agora denominado por Centro de Protecção Animal da Associação de Municípios do Vale do Douro Norte (AMVDN), que passadas cerca de três horas chegaram ao local. “Quando chegaram tinham a carrinha cheia, então foram levar os cães que tinham recolhido em Sabrosa ao canil e voltaram pouco tempo depois”, explicou Armando Dias, satisfeito com a actuação da equipa.
Mostrando fotos e vídeos que comprovam o tamanho e agressividade dos cães, o queixoso recordou que a matilha já foi responsável por outros ataques, das outras vezes até com mais prejuízo, tendo em conta que já mataram um carneiro e um cordeiro e as ovelhas já foram atacadas várias vezes. “Aquela ovelha já foi cozida três vezes”, explica o carpinteiro, apontando para a pastagem e revelando que, da última vez que teve que chamar o veterinário, pagou uma factura de 150 euros.
Para além dos animais, que tem apenas para consumo próprio, Armando Dias revela com maior tristeza a morte do Adi, um cão de dimensão pequena que também foi atacado e arrastado por vários metros pela matilha.
“Há uns cinco meses mataram os coelhos de irmã da minha esposa, e, tanto quanto sei, há pelo menos mais dois casos de ataques recentes na zona. Um vizinho até deixou de ter animais”, revelou a mesma fonte que, por receio de um possível ataque à filha ou a esposa, vai buscá-las “à paragem do autocarro”, junto a zona industrial, evitando assim que façam o caminho de poucos metros desde a estrada principal até à habitação.
Miguel Esteves, vereador da Câmara Municipal de Vila Real responsável pelo pelouro do ambiente, garantiu, ao Nosso Jornal, não ter conhecimento de qualquer ataque, no entanto advertiu desde logo para a necessidade dos cidadãos darem o alerta sobre os animais abandonados, principalmente se parecerem perigosos.
“Há situações esporádicas de cães abandonados, sobretudo depois da época de caça, o que não é o caso”, sublinhou o vereador não encontrando razões para o sucedido.
Relativamente ao canil intermunicipal, que serve os sete concelhos da AMVDN, Miguel Esteves garantiu que a infra-estrutura está a funcionar a cem por cento e que a inauguração oficial deverá ser marcada já para o mês de Março. “Neste momento, a lotação está esgotada (48 jaulas para cães e 12 para gatos)”, no entanto a sua ocupação é dinâmica graças ao processo de adopção (preferencial) ou, em último recurso, à eutanásia.
Sobre uma possível responsabilização dos donos em casos de ataques, o vereador explicou que é possível exigir a compensação dos prejuízos caso sejam encontrados os proprietários dos animais, realçando aqui, também, que todos os cães adoptados saem do canil já com o micro-chip de identificação.