Esta foi a forma de os vila-realenses celebrarem o feriado do Corpo de Deus, que invoca o “triunfo do amor de Cristo pelo Santíssimo Sacramento da Eucaristia”.
Esta celebração remonta a 1246, altura em que começou a ser celebrada na cidade de Liége, na Bélgica, tendo mais tarde sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV, através da bula “Transiturus”, em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.
Segundo foi possível apurar, a Portugal terá chegado nos finais do século XIII e tomou a denominação de Festa de Corpo de Deus, embora o mistério e a festa da Eucaristia seja o Corpo de Cristo.
Em Vila Real, durante a solene procissão, milhares de pessoas louvaram, agradeceram e adoraram a Jesus Sacramentado, uma forma de reconhecer que “se não estabelecermos a frutuosa e íntima aliança com Cristo e não nos deixarmos converter e transformar, por Ele, com Ele e n’Ele não o recebemos nem o comungamos”, exortou D. Amândio Tomás, que segurou a hóstia consagrada durante o percurso da Sé até à Nª. Senhora da Conceição, em que muitos foram os fiéis que se ajoelhavam e rezavam à sua passagem, juntando-se em seguida à procissão, que mobilizou as freguesias do concelho, bandas de música, assim como os escuteiros, os bombeiros voluntários da Cruz Branca e Cruz Verde, bem como as crianças que fizeram a comunhão nesse mesmo dia.
Esta exultação popular à Eucaristia é sempre manifestada no 60° dia após a Páscoa e necessariamente a uma quinta-feira, fazendo assim a união com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.