No âmbito da edição deste ano da São Silvestre de Vila Real, os cerca de 230 militares do Regimento de Infantaria (RI) número 13 que participaram na corrida reuniram 1200 quilos de bens alimentares que, entregues ao Programa Câmara Amiga, foram distribuídos em cabazes de Natal pela população mais carenciada do concelho.
Alfredo Fernandes, presidente da Associação de Atletismo de Vila Real, referiu que na corrida, realizada no dia 19, participaram 330 atletas, cerca de 70 por cento dos quais militares que, em vez de pagar a inscrição com um valor pecuniário, doaram alimentos.
“Os militares trouxeram fundamentalmente alimentos de melhor armazenamento, como arroz, massa, leite e conservas”, explicou Coronel Gomes Leitão, comandante da unidade vila-realense, recordando que a iniciativa já se repete desde a primeira edição da corrida, há quatro anos.
Durante a cerimónia de entrega dos bens alimentares, e poucos dias antes do Natal, Domingos Madeira Pinto, vice-presidente da autarquia, deixou a garantia de que os alimentos seriam entregues a quem realmente “mais precisa”. “Conseguimos, mais uma vez com sucesso, unir o desporto (já com alguma envergadura) ao espírito solidário”, revelou o edil, recordando que os civis que participaram na prova pagaram uma inscrição de cinco euros, um valor que reverteu na totalidade para Mauro Filipe Damasceno.
“Infelizmente não podemos entregar o cheque ao Mauro”, explicou Madeira Pinto no momento em que deu o valor recolhido à família do jovem vila-realense que, na luta contra uma leucemia, viajou até França, onde acabou por falecer.
O vereador responsável pelo desporto sublinhou também o sucesso da prova ao nível desportivo, congratulando-se pela participação das centenas de atletas, entre os quais alguns estrangeiros, o que já trouxe um “ar de internacionalização” à São Silvestre.
Relativamente à entrega dos cabazes, segundo Dolores Monteiro, vereadora da Câmara Municipal de Vila Real responsável pelo pelouro da acção social, o programa Câmara Amiga apoiou, este ano, 500 famílias carenciadas do concelho. “Com o apoio de todos conseguimos fazer cabazes bem recheados”, frisou.
Para além dos mantimentos reunidos pelos militares do RI13, e das dádivas entregues individualmente na sede da Câmara Amiga, os cabazes de Natal foram, pela primeira vez, enriquecidos com peru, bacalhau e legumes, isso graças à contribuição monetária da Associação dos Antigos Alunos do Liceu. “Com a doação em dinheiro conseguimos comprar mais alimentos para reforçar os cabazes e ainda sobrou algum que será agora aplicado na compra de mais mantimentos para o stock da Câmara Amiga”, explicou Dolores Monteiro, referindo que assim será possível manter o apoio regular às famílias mais necessitadas até que seja dinamizada uma nova campanha de recolha.
A vereadora sublinhou ainda a iniciativa do Jardim de Infância do Bairro São Vicente de Paula, cujos alunos deram brinquedos, e do Rotary Clube de Vila Real que entregou várias dezenas de sapatos novos de criança, homem e senhora.
Apesar de reconhecer que, “tendo em conta a crise em que vivemos”, não se pode estar constantemente a pedir ajuda às pessoas, a vereadora renovou o apelo para que os vila-realenses continuem a contribuir com aquilo que puderem para apoiar os seus concidadãos que mais precisam.