Poucos meses depois dos transmontanos terem “perdido” vários serviços de saúde, o Governo foi alvo de uma reestruturação que levou ao adeus do então Ministro Correia de Campos. O rosto da saúde em Portugal mudou, mas, para já, não haverá retrocesso nas políticas que levaram ao encerramento dos SAP’s de Alijó, Murça e Vila Pouca, bem como do Bloco de Partos de Chaves e da Urgência da Régua.
“O Ministério da Saúde não pretende revogar os despachos sobre a requalificação dos Serviços de Atendimento Permanente, no distrito de Vila Real”. A resposta, categórica, divulgada no início da semana, surgiu na sequência de um requerimento, feito pelo deputado Social-Democrata na Assembleia da República, Ricardo Martins.
“Vai analisar e reavaliar as razões que ditaram os encerramentos de Serviços de Saúde, sem garantir alternativas às pessoas afectadas?”, questionou o deputado da bancada “laranja”, num pedido de informação em que recordou declarações da nova Ministra “nas quais considerava que o encerramento de Urgências, sem estarem implementadas, no terreno, alternativas válidas, era um erro”.
A única pretensão deixada pelo Governo é a de “acompanhar e fazer a monitorização da situação relativa aos Centros de Saúde que viram alterados os horários de funcionamento”.
No mesmo documento, Ricardo Martins citou, também, declarações de Ana Jorge que davam conta que “o número de partos não deve ser a única razão para ditar o encerramento das Maternidades”. Mas, também neste aspecto, a resposta do Ministério da Saúde é clara: “Não há intenção de reabrir a sala de partos da unidade hospitalar de Chaves, em função dos dados actualmente disponíveis”.
Ficou ainda esclarecido que “o despacho que determina os pontos da rede de referenciação de Urgência/Emergência não define qualquer Serviço de Urgência, para a unidade hospitalar do Peso da Régua”.
Considerando as respostas do Ministério da Saúde como “uma péssima notícia, para a região”, Ricardo Martins acusa a Ministra de falta de coerência e de “não ter peso político”.
De recordar que, em Dezembro, no distrito vila-realense, foi encerrado o atendimento nocturno dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) de Alijó, Murça e Vila Pouca de Aguiar, bem como o Bloco de Partos do Hospital de Chaves e a Urgência do Hospital D.Luiz I, na Régua.
Maria Meireles