Em comunicado, esta associação chega mesmo a pedir a demissão da titular da pasta da Cultura. “Lamentamos a leviana interpretação dada no documento do IGESPAR e da DRCN, onde se dá a ideia que em Portugal o património não impede a construção de barragens, como se quisesse salvaguardar que a classificação da Linha do Tua não significasse nada, perante a possibilidade cada vez mais remota e desesperada da construção da barragem do Tua”.
O MCLT refere ainda que está “chocado com as declarações da ministra da Cultura, ao afirmar peremptoriamente e garantindo mesmo que a classificação da Linha do Tua não irá impedir a construção da barragem!”. No mesmo comunicado, o Movimento considera “um facto extraordinário uma ministra da Cultura a sair desesperadamente em socorro de uma barragem e ir contra um património nacional reconhecido pelo IGESPAR e pela Associação Portuguesa do Património Industrial (consultora da UNESCO em Portugal) ”.
A linha do Tua será alvo de abertura do processo de classificação como Património de Interesse Nacional e reconhecida pelo próprio IGESPAR como possuidora de um “valor patrimonial de excepção”.
Este reconhecimento surge no seguimento da petição: “pela Linha do Tua Viva”, lançada pelo MCLT, onde se pedia já a classificação da Linha do Tua como Património Nacional, sendo que, “os seus dois primeiros quilómetros já o são desde 2001, com a classificação do Douro Vinhateiro como Património da Humanidade”.
Esta petição, que foi entregue com 5 mil assinaturas em 2008, conta actualmente com 8 mil (permaneceu sempre aberta na Internet), às quais se juntam as 4 700 do manifesto lançado pelo realizador do filme “Pare, Escute, Olhe”, Jorge Pelicano, e as 5 mil da petição entregue no IGESPAR para a classificação da Linha do Tua como Património Nacional.