“O modelo dos bombeiros está esgotado. Trabalhamos com a mesma base de há 50 anos, a base da boa vontade e do voluntariado, mas isso já não faz sentido”, afirma José Barros, comandante da corporação, acrescentando que “não temos nada para oferecer, não temos carreira definida, não temos progressão definida. Além disso, os bombeiros não têm horário e têm de estar disponíveis a qualquer hora”.
“O modelo falha logo na formação. Muita decorre em dias de semana e não podemos pedir aos voluntários que faltem ao trabalho”, adianta.
‘”Precisamos de um espaço novo para as viaturas. O que temos já não é suficiente”
Mário Varela – Presidente
Mário Varela, presidente da direção, prefere falar dos investimentos feitos nos últimos anos com vista a “dar melhores condições aos operacionais”. Destaca, por exemplo, o objetivo traçado em 2007, que passava pela remodelação e ampliação do quartel, atingido em 2015. “Foi um investimento de 1,5 milhões de euros, apoiado por fundos comunitários”, revela, adiantando que “o espaço já é limitado e queremos construir um edifício de apoio na zona industrial. Falta o sim da autarquia para a cedência do lote”.
“Faz-nos muita falta porque temos viaturas que, neste momento, têm que ficar parqueadas no exterior e acabam por se desgastar mais. Quem espera desespera e sendo uma causa de interesse público, penso que a situação já devia estar resolvida”, afirma.
Sobre o transporte de doentes, “são uma dor de cabeça”. “Se fizéssemos contas ao retorno, era fácil de perceber que não são rentáveis. Fazemo-los por uma questão social. Se não fizermos os transportes, muita gente não tem forma de ir às consultas”.
Mário Varela fala da necessidade de haver “mais apoio por parte das autarquias”, lamentando que “atualmente, as câmaras podem decidir se querem apoiar as associações e com que valor, levando a um tratamento desigual, que não devia acontecer”.
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