Apesar das contrariedades próprias do jogo, o Mondinense sempre acreditou em alcançar um resultado positivo e foi à procura de dividendos, numa altura em que poucos acreditariam que isso fosse possível.
O jogo começou por ser equilibrado, com o sinal mais para os da casa que se acercaram da baliza de Pedro com maior perigo nos minutos iniciais. Os forasteiros iam equilibrando as operações e responderam através de lances rápidos de contra-ataque, onde Shuster foi uma pedra fundamental no desdobramento ofensivo da sua equipa. Já o Mondinense apostava na troca de bola a meio-campo, lançando os seus alas que criaram sempre muitos problemas à defensiva vila-realense. Aos 21’, Catana, possante, ganha sobre dois adversários e faz o remate que bate com estrondo na trave. A resposta surgiu dos pés de Shuster, mas o remate foi desviado pelo guarda-redes Coelho. Já perto do intervalo, numa rápida jogada de contra-ataque, Shuster coloca em Moura que fica isolado, mas acaba por ser travado em falta por Pataco, ainda fora da área. O árbitro não teve dúvidas e deu ordem de expulsão ao jogador da casa. Na sequência do livre, André Lisboa remata ao poste mais distante do guarda-redes e faz o primeiro golo da tarde, mesmo em cima do minuto 45.
Em desvantagem numérica e no marcador, o técnico Carlos Felisberto faz duas alterações ao intervalo, tirando os jogadores já amarelados e arrisca em ganhar o jogo no centro do terreno, deixando na defesa apenas três elementos. Sabia os perigos que corria, pois o Vila Real aproveitou para criar várias situações de golo, logo nos primeiros minutos da segunda parte. A primeira perdida foi para Shuster que fez o remate e a bola saiu a rasar o poste. Depois é André Azevedo a rematar e, de novo, a bola a sair a milímetros do poste. O aviso estava dado e adivinhava-se mais um golo dos forasteiros, dadas as facilidades e os espaços encontrados na defensiva da casa. Aos 60’, Shuster faz o segundo golo da tarde, num remate colocado a entrar na gaveta, sem hipótese de defesa para Coelho.
A vencer por duas bolas, os vila-realenses abrandaram o ritmo, já o Mondinense continuou à procura de reduzir a desvantagem. A mensagem vinda do banco também apontava para nunca desistirem do ataque. Aliás, a perder, Carlos Felisberto arrisca tudo e coloca Ibraima em campo na procura de outro resultado. Estratégia que vai resultar, já que, aos 75’, Ibraima reduz a desvantagem e coloca maior pressão sobre a defensiva alvi-negra. Aos 84’, Luís Alves teve uma boa oportunidade para ampliar o resultado, mas Coelho esteve impecável na defesa com os punhos, negando o golo ao extremo forasteiro. No minuto seguinte, Catana vai cair na área do Vila Real e o árbitro, de pronto, aponta a marca de grande penalidade. Esteve mal Francisco Vicente, já que o guarda-redes sai à bola, mas não toca no jogador. Catana soube arrancar bem a falta e ludibriar o árbitro experiente. Chamado à conversão, Jonas não perdoou e fez o golo da igualdade.
Num bom jogo de futebol, com emoção, golos e lances de belos recortes técnicos, o Mondinense ficou mais satisfeito com a igualdade, já que esteve a jogar com 10 elementos, durante toda a segunda parte, e a perder por duas bolas, conseguiu chegar à igualdade e assim manter a vantagem de três pontos sobre um adversário directo. O Vila Real só se pode culpar a si próprio, pois teve tudo para conseguir conquistar os três pontos, mas deixou-os “fugir por entre os dedos”.
O trabalho da equipa de arbitragem fica manchado pelo erro grave ao assinalar uma grande penalidade que não existiu. Esse lance acabou por ter influência directa no resultado.
Carlos Manuel, treinador do Vila Real
“Este resultado é enganador”
O técnico alvi-negro ficou inconformado com o resultado, uma vez que a sua equipa teve tudo para vencer e deixou o adversário chegar ao empate.
“Foi uma primeira parte equilibrada, onde ambas as equipas tiveram oportunidades para marcar. No segundo tempo fomos muito mais fortes, fizemos o dois a zero e estivemos mais próximos de marcar o terceiro do que sofrer um golo. Tivemos inúmeras oportunidades para alcançar o terceiro golo, estávamos a jogar muito bem, mas não marcamos mais. Depois tivemos um erro defensivo que nos custou um golo. A partir daí, uma equipa que consegue reduzir, com menos um elemento, e com a ajuda do público, acabou por galvanizar-se e fazer o empate de grande penalidade. Queríamos vencer, tudo estava a correr bem e, de um momento para o outro, tudo mudou. Este resultado é enganador, pois, pelo que fizemos, merecíamos ganhar os três pontos. Vamos levantar a cabeça e continuar a trabalhar para vencer já o próximo encontro com o Abambres, que tem vindo a subir de rendimento de jogo para jogo.
calor felisberto, treinador do Mondinense
“A equipa acreditou sempre”
No final do encontro, o técnico Carlos Felisberto mostrou-se satisfeito com a igualdade devido a todas as condicionantes que aconteceram no decorrer do jogo.
“Fizemos uma primeira parte fantástica, com boas situações para finalizar, mas não conseguimos marcar. Aos 47 minutos sofremos uma contrariedade com a expulsão do Pataco e ainda sofremos um golo. Na segunda parte, retiramos um elemento ao sector defensivo e arriscamos para manter os nossos objectivos intactos para vencer o jogo. Sofremos um segundo golo que poderia funcionar como um revés emocional, mas isso não aconteceu, a equipa acreditou sempre e chegamos ao empate. Quero dar os parabéns à minha equipa que soube preencher bem os espaços, apesar de ter menos um. Conseguimos fazer uma gestão equilibrada das nossas emoções e quando assim é, só podemos ficar satisfeitos. O nosso objectivo é a subida de divisão e vamos continuar a lutar por ele. O Vila Real tem uma excelente equipa, criou-nos grandes dificuldades, mas nós estávamos preparados para isso”.
FIACHA TÉCNICA
Jogo no Estádio Municipal de Mondim de Basto.
Árbitro: Francisco Vicente.
Auxiliares: Álvaro Mesquita e Bruno Costa.
Mondinense: Coelho, Nelsinho (Dioguinho, 45’), Pataco, Zé Henrique (Leandro, 45’), João Miguel (Ibraima, 62’), Catana, Fernandes, André Silva, Andrade, Vitó, Jonas.
Suplentes não utilizados: Toninho, Renato, Bertinho e Pedro.
Treinador: Carlos Felisberto.
Vila Real: Pedro, Bessa, Mica, Nuno Fredy, Francis, Norberto, Shuster, Moura, Luís Alves, André Azevedo (André Teixeira, 58’), André Lisboa.
Suplentes não utilizados: Ruben, Conceição, Henrique, Luís Carlos, Tapadaa e Felícia.
Treinador: Carlos Manuel
Marcadores: André Lisboa (45’), Shuster (60’), Ibraima (75’), Jonas (85’).
Cartões amarelos: Nelsinho (16’), Norberto (25’), Francis (27’), Andrade (31’), Zé Henrique (44’), Fernandes (66’), Ibraima (76’), Bessa (81’), Pedro (85’).
Cartão Vermelho: Pataco (44’).