Apesar ter o Curso de Turismo da Escola Profissional do Rodo, em Peso da Régua, em 2005, esta bombeira abraçou o voluntariado em Novembro de 2007, nos soldados da paz. Passados três anos, já em Junho deste ano, foi promovida a bombeira de 3ª classe. Em Agosto teve o seu baptismo de fogo, num incêndio em Benagouro (Vila Real). Primeiro desafio e teste cumprido a preceito. “Consegui que o fogo não destruísse parte de uma floresta e ajudei a evitar que as chamas não atingissem algumas casas da aldeia”. Estas foram as primeiras façanhas da bombeira, num incêndio ocorrido em 10 de Agosto. Esta “primeira vez” no terreno nunca a esquecerá. “Mais de dez horas a enfrentar as labaredas, desde as 14h30 até às 5h00, sempre a combater o fogo e sem medo”, contou. “Quando cheguei ao terreno, a minha primeira reacção foi de olhar de frente o fogo, sabendo que o tinha de apagar, pois havia muitas árvores para salvar e, mais do que isso, havia várias casas próximas do incêndio. Depois de receber as ordens, fui para a frente do fogo. Vim sozinha buscar três lanços de mangueira e, embora fosse a primeira vez, nunca me apertou o estômago”.
Em jeito de balanço, Sara chegou a confessar, com orgulho, que esta foi a sua primeira experiência e que sentiu “uma grande vitória”. Esta bombeira, que entrou na corporação apenas para ajudar na secretaria, acabou por ficar “rendida à vocação da classe”.
Para o futuro deixou uma ambição: “Ser bombeira profissional e tirar o curso de Transporte de Ambulâncias de Socorro”.
Quem reconheceu o interesse das mulheres pelo voluntariado, foi o próprio comandante dos Bombeiros de Peso da Régua, António Fonseca. “Noto uma maior procura da parte do sexo feminino por esta causa. Neste momento, temos 17 elementos. Considero que elas cumprem muito bem as tarefas ligadas ao socorro pré-hospitalar, intervenções de âmbito social, administração e até combate ao fogo. A mulher está em pé de igualdade quanto ao seu posicionamento nos bombeiros”.
De referir ainda que, no distrito de Vila Real, as corporações da Cruz Verde e Cruz Branca, Salvação Pública e Flavienses, são as que têm mais elementos femininos.