Uma escultura em marfim da Virgem da Conceição é a peça eleita pelo Museu de Lamego para o último mês do ano. Em dezembro o destaque vai para um objeto que é também um excelente exemplo da importância que as doações e legados têm tido ao longo dos anos no engrandecimento do acervo do Museu.
O reconhecimento dos museus como locais privilegiados de perpetuação da memória, muitas vezes ligada ao universo pessoal e familiar de colecionadores privados, tem sido um dos principais motivos que justificam o engrandecimento da coleção do Museu de Lamego ao longo das últimas sete décadas. O museu reúne mais de meia centena de nomes associados a doações ou legados de obras de arte que lhe foram confiadas.
A Virgem da Conceição em marfim, de produção indo-portuguesa, datável de finais do século XVII, foi escolhida para peça do mês de dezembro entre as mais de 600 obras que foram incorporadas nessas circunstâncias no acervo do museu entre 2013 e 2014.
Pesaram na escolha, a proximidade do dia 8 de dezembro, que no calendário litúrgico corresponde à celebração de Nossa Senhora da Conceição, que Portugal converteu em padroeira e rainha, e, naturalmente, a sua qualidade artística e estética. Também determinante o valor desta imagem devocional como documento histórico: foi trazida da Índia, por um lamecense, no contexto de uma missão militar na 1.ª Guerra Mundial, cujo centenário agora se comemora.
A “Peça do Mês” é uma iniciativa que traz mensalmente a público um conjunto de objetos que pretendem espelhar a qualidade e a diversidade do acervo, através, porventura, de objetos menos conhecidos do grande público.
Desde janeiro, já estiveram em destaque a pintura, a ourivesaria, a azulejaria, a gravura, a escultura, o mobiliário, o espólio documental e os meios de transporte.