A Associação de Feiras e Mercados da Região Norte (AFMRN) continua à espera da resposta do Ministério da Economia a uma carta na qual foi pedido apoio financeiro para os feirantes que, na época natalícia e devido às intempéries, sofreram elevados prejuízos.
Fernando Sá, presidente da associação que representa os feirantes da região Norte, confirmou, ao Nosso Jornal, que a situação mais preocupante se vive em Trás-os-Montes, onde a chuva, a queda de neve e os ventos fortes não só foram responsáveis pela diminuição de consumidores, como também impossibilitaram os comerciantes de se movimentar entre as principais feiras da região.
“Numa altura tão aguardada como a época de Natal, que é considerada por muitos como a salvação do ano, os feirantes não puderam trabalhar e escoar as suas mercadorias”, referiu o mesmo responsável, lembrando que, no caso de Bragança, não se chegou mesmo a realizar a Feira de Natal.
O dirigente associativo revelou ainda que, além das dificuldades de mobilidade entre os mercados, muitos comerciantes viram as suas tendas e mercadorias serem destruídas pelo vento e pela chuva.
Recordando que, em 2009, os feirantes da região Norte registaram uma quebra de negócios na ordem dos 50 por cento, em Vila Real o cenário económico de crise vivido a nível nacional foi “agravado pela deslocação” da feira dos “Farrapos” para Lordelo. No balanço do ano passado, “em Vila Real, fala-se em prejuízos na ordem dos 70 por cento”, contabilizou Fernando Sá.
O dirigente associativo comparou a situação dos feirantes com a agricultura, defendendo que o Governo tenha a mesma atitude no que diz respeito à compartição para fazer face aos prejuízos causados pelo mau tempo.
Relativamente à contabilização dos prejuízos, Fernando Sá sublinha que o balanço pode ser feito pelo ministério através da colaboração com os municípios e as associações que representam os comerciantes. “Os feirantes sabem quanto perderam porque continuam com as carrinhas cheias de mercadoria e os municípios podem ajudar porque sabem que várias feiras não puderam realizar-se”, defendeu.
De recordar que durante a época de Natal foram várias as vezes em que estradas foram cortadas devido à queda de neve, sendo que em Bragança a cidade esteve mesmo isolada por duas vezes, e foram vários os avisos e alertas do Instituto de Meteorologia e da Autoridade Nacional de Protecção Civil para a ocorrência de ventos muito fortes e chuva intensa.