“O Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) recuperou forma exuberante” no último ano, o que demonstra “que o Ministério da Agricultura, para além das actividades agrícolas puras, contribui, de uma forma decisiva, para a fixação de pessoas no interior e para a criação de postos de trabalho”, considerou Rui Barreira, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, que, no dia 8, presidiu em Vila Real à cerimónia de entrega de 57 contratos de financiamento Subprograma 3 da Abordagem Leader.
Segundo o Ministério, os contratos agora oficializados representam um investimento na ordem dos 7,9 milhões de euros, com despesa pública de 4,9 milhões, e prevêem a criação de cerca de 120 postos de trabalho.
A cerimónia envolveu promotores de 15 territórios de intervenção, localizados nas regiões de Entre Douro e Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro, abrangendo um total de 77 concelhos dos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, e uma população de aproximadamente 1,5 milhões de habitantes.
“O Subprograma 3 privilegia acções promovidas no âmbito de estratégias de desenvolvimento local, através de agentes organizados especificamente para esse efeito. Os contratos entregues visam a diversificação de actividades na exploração agrícola, a criação e desenvolvimento de microempresas, o desenvolvimento de actividades turísticas e de lazer, a conservação e valorização do património e serviços básicos para a população rural”.
José Marques, da Associação Douro Histórico, um dos Grupos de Acção Local da Abordagem Leader da Região Norte, explicou que este pacote de investimento representa “o arranque de toda uma dinâmica para os próximos anos” na região. “Foi um processo complexo porque, como se sabe, há um atraso neste financiamento no âmbito do PRODER”, explicou o dirigente associativo, também presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, referindo no entanto que, apesar de ter havido “um esforço muito grande para que este atraso fosse corrigido, ainda há situações que são impossíveis de contemplar em termos temporais”.
“Neste momento, no contexto de crise muito complexo em que vivemos, isto representa um factor muito importante de incentivo para os promotores e para a afectação de recursos financeiros a toda a região”, sublinhou o mesmo responsável político.
António Ramalho, da Direcção Regional de Agricultura do Norte, referiu que “os contratos são plurais”, no entanto, reconhece que o grande sector de investimento é o “turismo em espaço rural, quer seja na área do alojamento, quer seja das actividades complementares”.
Só para a área de intervenção da Associação Douro Histórico, que engloba os municípios de Alijó, Mesão Frio, Murça, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Vila Real e algumas localidade de Tabuaço, num total que ronda os 98 mil habitantes, está previsto, no quadro da dotação financeira do PRODER, um investimento total superior a 12,7 milhões de euros, dos quais 6,6 milhões são dinheiros públicos.
No que diz respeito à região transmontana, de sublinhar ainda o investimento total previsto na Abordagem Leader para a Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega – ADRAT (engloba os concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar), que vai poder contar com 7,3 milhões de euros para um investimento total superior a 12,1 milhões.
No âmbito total das 456 candidaturas já aprovadas no eixo 3 da Abordagem Leader para a região Norte está previsto uma injecção financeira na ordem dos 37,6 milhões de euros, que vão assim apoiar um investimento total de perto de 66 milhões e permitir a criação de 791 empregos directos.
Segundo fonte do ministério, a medida que teve maior número de projectos apoiados (135) foi a dedicada “ao desenvolvimento de micro empresas”, seguida dos apoios ao “desenvolvimento de actividades turísticas e de lazer (115)”, tendo sido a menos procurada a medida que permite a “diversificação de actividades na exploração agrícolas”.