Uma comitiva de nove noruegueses esteve, no dia 10, no distrito de Vila Real, onde visitou os Centros de Saúde de Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar, a Escola de Enfermagem e o Hospital de São Pedro, equipamentos que, há trinta anos atrás, o Governo da Noruega suportou financeiramente, através do Programa Norad (Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento).
Manuel Martins, presidente da Câmara Municipal de Vila Real, lembrou que, no âmbito do Programa de Cooperação Luso-norueguês, foram levados a cabo inúmeros projectos, entre os quais destacou “a construção dos Centros de Saúde de Santa Marta de Penaguião, de Vila Pouca de Aguiar, de Ribeira de Pena, de Boticas, de Montalegre, e mais de uma dezena de postos clínicos” e ainda da Escola de Enfermagem e do bloco cirúrgico do Hospital de Vila Real, “canalizando, na altura, para o a região de Trás-os-Montes cerca de um milhão de contos”.
No concelho vila-realense o governo norueguês foi também responsável pela construção de casas que serviram de alojamento aos ex-colonos portugueses, constituindo aquele que ainda, hoje, é conhecido como bairro ‘Norad’.
“Reconhecemos todo esse apoio e por isso, foi dado o nome de Avenida da Noruega/Norad à avenida que liga a cidade ao Hospital”, explicou o edil de Vila Real, recordando ainda, que Herman Anker, médico que chefiava o programa na altura, recebeu a medalha de ouro da cidade e o título de cidadão honorário, constituindo-se assim como o primeiro estrangeiro a receber tal reconhecimento.
Na comitiva, para além de alguns dos responsáveis que há trinta anos fizeram história para o povo vila-realense, também se encontrava Eva Anker, esposa do falecido médico, que se mostrou muito sensibilizada e satisfeita pelo facto “da obra do seu marido estar hoje em boas mãos, e de ao longo do tempo, os equipamentos terem sido alvo de desenvolvimento”.
Vila Pouca entregou dossier sobre a perda do serviço de urgência permanente
Durante a visita, Alberto Machado, vereador da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, para além de manifestar mais uma vez o agradecimento em nome da população daquele município, entregou ao chefe da comitiva um “dossier clarificativo” sobre a situação actual do equipamento de saúde, financiado pelos noruegueses.
“Aquando da redução do horário do serviço permanente de urgências do Centro de Saúde, fizemos uma comunicação ao Rei da Noruega e hoje voltamos a apresentar aqui a situação”, explicou o edil, frisando que “a pretensão do concelho é sempre a melhoria de condições para a população, já desfavorecida por estar no interior norte”.
Mas, não é só o Centro de Saúde de Vila Pouca que perdeu funções, também em Sabrosa, mais exactamente em Paradela de Guiães, a extensão de saúde financiada pelos noruegueses, já há mais de cinco anos, se encontra fechada.
José Marques, presidente da Câmara Municipal local, explicou que o objectivo é aproveitar o “edifício, que tem muita qualidade”, em prol da comunidade, quer seja servindo de morada a serviços da Junta de freguesia, quer mantendo, um pouco, a sua vertente de saúde, podendo albergar serviços de instituições locais ligadas ao sector, como a Cruz Vermelha ou a Santa Casa da Misericórdia e até, mesmo, o Serviço Nacional de Saúde.