Ao longo dos 4600 metros de pista, centenas de trabalhadores não param para que tudo esteja preparado para receber os melhores pilotos do mundo.
O responsável por toda esta logística é António China, que nos desvendou alguns dos “segredos” para que tudo esteja pronto a tempo e horas. “Antes das provas, temos oito semanas de trabalho intenso, faça chuva ou sol, o circuito tem de ser bem montado, seguindo à risca o projeto que está previamente delineado”, revela, adiantando que “nada pode falhar”. “A FIA tem de aprovar, pois quando existe um acidente, a primeira coisa que eles fazem é verificar se foi cumprido ou não o projeto”.
Os números da montagem ao longo do traçado impressionam, com 50 quilómetros de cabo, milhares de parafusos, mais 20 km de rede, cerca de 5 mil prumos para segurar a rede e mais 25 km de guardas de segurança. “Tudo é catalogado, nada é montado ao acaso, cada peça tem o seu número próprio”, explica, acrescentando que a montagem funciona como um lego, “se nos enganamos em alguma peça, todo o trabalho que está por trás fica anulado. É preciso ter muita atenção”.
Desde 2007 a comandar as operações no terreno, António China tem a companhia de Filipe Fernandes, os dois “homens fortes” que têm de coordenar uma equipa com centenas de trabalhadores, muitos da autarquia, mas também de uma empresa privada especializada neste tipo de estruturas. “Somos centenas de pessoas a trabalhar diariamente para que nada falhe”.
Apesar da sua grande paixão ser os ralis, António China, natural de Cabeceiras de Basto, já está mais do que rendido às corridas de Vila Real, desde que os carros de turismo começaram a correr neste “fantástico” circuito.
Este responsável refere que “adora” aquilo que faz, o que ajuda a motivar a restante equipa, que, além da remuneração, o “mais importante é o reconhecimento por parte do executivo municipal, que está sempre connosco”.
António China destaca ainda o crescimento da cidade em torno da projeção mundial que lhe trouxe as corridas. “São cerca de 200 mil pessoas que passam por aqui, para além da transmissão televisiva para todo o mundo, é um orgulho fazer parte desta equipa e chegar ao final de domingo com o sentimento de dever cumprido”.