Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
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“Os verdes” defendem hoje classificação da Linha do Tua como Património de Interesse Nacional

Ambientalistas defendem a manutenção e recuperação da linha do Tua e condenam a construção da Barragem. Hoje, na Assembleia da República, será discutida, mesmo, a possibilidade de classificação do troço que liga a Foz do Tua a Bragança, como Património Nacional. Entretanto, já são várias as acções desenvolvidas pelos Verdes e pela Quercus para evitar o que classificam como um atentado ambiental e a destruição de um legado histórico.

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Hoje, será discutida na Assembleia da República a classificação da Linha do Tua como Património de Interesse Nacional, uma opção que, segundo os Verdes, é “um dever e é urgente”.

Segundo o documento, que será apresentado pelos deputados do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, a classificação da Linha do Tua é essencial “como forma de promover um desenvolvimento sustentado da Região”, sendo “compatível com os compromissos assumidos no quadro da Unesco”.

Entre outras justificações apontadas pelo partido ambientalista, a preservação da linha é sublinhada como importante para a “homenagem à obra de engenharia que nos foi legada, e a todos os trabalhadores que, com risco para as suas vidas, deixaram este Património e tão bela obra”.

Mais, os Verdes consideram mesmo que o reconhecimento daquele troço de caminho de ferro com 54 quilómetros, que liga a estação de Foz do Tua, na Linha do Douro, a Mirandela, para além de “potencializar o Património Natural e Cultural, dando-o a conhecer e a usufruir às gerações presentes e futuras”, poderá servir de elo de integração, “de uma forma inteligente”, dos locais já classificados como Património, nomeadamente as gravuras de Foz Côa e o Douro Vinhateiro.

O Partido Ecologista considera que “a Linha do Tua deve ser preservada, a segurança melhorada (implementando meios de consolidação das encostas e de detecção de queda de rochedos), os horários alargados e adquiridas novas carruagens”.

Relativamente à construção da Barragem do Tua, que irá submergir e inviabilizar parte da linha, os Verdes lamentam que esta tenha sido “aprovada à revelia de todas as consultas públicas e da clarividência que trará menor contributo para a redução dos factores que potenciam as alterações climáticas que a manutenção e modernização da Linha Ferroviária”. “O Vale e a Linha do Tua são valores patrimoniais únicos e inseparáveis, que devem ser valorizados e que podem contribuir para um desenvolvimento sustentado da região transmontana”, sublinham.

Também a Quercus já se manifestou contra o Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua (AHFT), emitindo um parecer negativo no âmbito da discussão pública do Estudo de Impacto Ambiental, que terminou a 18 de Fevereiro.

“Após análise detalhada do documento a Quercus reforçou a sua posição muito desfavorável à construção da barragem” justificando a sua posição com vários pontos, entre os quais o facto do Vale do Tua ser, “ao nível da biodiversidade, umas das regiões mais ricas do país, apresentando várias espécies que possuem estatuto de protecção”. “Praticamente toda a Flora e Fauna do vale seriam afectadas com este aproveitamento hidroeléctrico, dadas as relações de interdependência existentes nos ecossistemas”, garante a associação de protecção da natureza.

A Quercus propõe para a região, em alternativa à construção da barragem, o redireccionamento dos investimentos para outras vertentes, entre as quais a “reabilitação de raiz da Linha do Tua, se necessário substituindo e requalificando todo o equipamento ferroviário, em toda a sua extensão, isto é, até Bragança. Defendem ainda a ligação da Linha do Tua a Puebla de Sanábria (rede ferroviária espanhola) de forma a facilitar e potenciar a afluência à região (em visita ou em trabalho)” e o aproveitamento de estações e apeadeiros através da sua conversão, “por exemplo, em locais de venda de gastronomia e de artesanato locais”.

De recordar que, também em Fevereiro a Associação Ambiental, através do seu núcleo de Vila Real, apresentou uma denúncia junto da Unesco contra a Barragem, isso porque, como alegam, esta representa também “um atentado contra o Património Mundial do Douro Vinhateiro.

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