Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
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Partido pede mais segurança nas obras das novas estradas transmontanas

Em pouco mais de dois meses quatro trabalhadores perderam a vida nas obras de construção da concessão Douro Interior, que vai cortar os distritos de Vila Real e Bragança, englobando os troços do IC5, entre Murça e Miranda do Douro, e do IP2, entre Macedo de Cavaleiros e Celorico de Basto. Começam agora a levantar-se vozes de apelo a uma melhor política de segurança nas obras daquelas infra-estruturas.

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“Se esta sucessão de acidentes de trabalho redundam em tragédias e famílias enlutadas, revelam também a falta de prevenção e exigem uma maior promoção para a segurança e saúde no trabalho, bem como uma melhor fiscalização por parte das autoridades competentes”, acusa o Bloco de Esquerda, referindo-se aos quatro acidentes de trabalho mortais registados na concessão Douro Interior.

Os responsáveis pelo partido político em Bragança reivindicam mesmo que Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) reforce “a sua intervenção preventiva e não apenas no apuramento de responsabilidades após os acidentes”.

Lembrando que em Portugal, quando os casos vão a tribunal, as vítimas de acidentes de trabalho e de viação esperam normalmente entre três a quatro anos para ver um processo concluído, o Bloco exige maior celeridade no “esclarecimento das causas do acidente e na atribuição das indemnizações das famílias dos trabalhadores”.

Também o Governador Civil de Bragança anunciou, no dia 10, a marcação de uma reunião com os responsáveis pela concessão Douro Interior para analisar o número acidentes mortais verificados nas obras do Itinerário Principal 2 e do Itinerário Complementar 5.

Até à hora de fecho desta edição não foi possível, ao Nosso Jornal, confirmar a data do encontro, no entanto, tanto quanto conseguimos apurar, a reunião deverá realizar-se hoje ou amanhã.

O último acidente aconteceu no dia seis, numa frente de trabalho do IC5, localizada no concelho de Vila Flor, tendo resultado na morte de um trabalhador, de 36 anos, que caiu de um viaduto com sete metros de altura.

De recordar que, no dia 22 de Junho, um jovem, de 26 anos, morreu electrocutado na sequência de um acidente de trabalho nas obras de construção do IP2, na localidade de Bornes, Macedo de Cavaleiros.

Um operador de máquinas, natural de Aveiro, morreu, no dia 15 de Julho, junto a Vila Nova de Foz Côa. A vítima terá sido atingida mortalmente pela pá do veículo que conduzia, quando esse resvalou por um patamar paralelo ao IP2.

O primeiro acidente mortal ocorrido nas obras da concessão Douro Interior ocorreu em Maio, em Assares, Vila Flor, quando um trabalhador, de 52 anos, que residia em Cabeceiras de Basto, foi trucidado pelas lagartas de um bulldozer, quando este fez marcha-atrás para se desviar das pedras que estavam a ser descarregas por um camião.

Com um calendário que prevê a sua conclusão em três anos, os trabalhos da concessão do Douro Interior serão responsáveis por um total de 230 quilómetros em perfil de Itinerário Complementar e Itinerário Principal, contando com um investimento superior a 550 milhões de euros.

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