A construção do primeiro Ecoduto – Passagem Específica Superior para Grande Fauna – do país, na Auto-estrada 24, parece não estar a ter qualquer resultado. A passagem superior própria para animais como lobos, corços ou javalis, tem levantado muitas vozes críticas de várias organizações que têm chamado a atenção para a localização em plena zona mineira. A Quercus de Vila Real é uma delas, e em jeito de balanço da estrutura inaugurada em 2007, João Branco refere que a “passagem é ineficaz”. “É completamente ridículo colocar esta passagem no meio de pedreiras onde os lobos nunca passaram, nem irão passar. A estrutura está feita por cima da A24 na Serra da Padrela, o que é uma brincadeira de mau gosto. Não sei se houve monitorização, mas uma coisa posso garantir, é que ali não passa nenhum lobo. Ainda tem a agravante do local ter a ver com “a declaração de reserva mineira para pedreiras”.
Teoricamente o local de protecção dos lobos é hoje uma zona de pedreiras com uma zona delimitada e com leis aprovadas, que abrange os concelhos de Vila Real e Vila Pouca de Aguiar e Sabrosa. Segundo João Branco, o único sítio por onde pode passar o lobo, é precisamente noutros “pontos da auto-estrada, aproveitando os viadutos das linhas de água”.
Refira-se que, o Ecoduto tem 15 metros de largura e 30 de comprimento, e implicou um melhoramento paisagístico e modelamento do terreno na área envolvente. Na altura foram plantadas árvores e arbustos para minimizar o impacto na vida dos animais só que hoje já desapareceram.
O projecto tinha como grande objectivo que passava por minimizar o impacto da construção da via para que os animais não se apercebessem de que estavam a passar por cima de uma auto-estrada e, assim, poderem manter o contacto entre as duas alcateias.