António Luís Campos Nogueira, desempregado, é mais um, entre muitos, que a sorte nada quis com ele. Esteve a trabalhar em Espanha, na zona de Lugo, como pastor e uma queda aparatosa acabaria por fazer com que regressasse a Portugal, “ainda mais pobre do que partiu”. Vive numa autêntica enxerga, herdada dos pais, em Vale de Cunho, freguesia de Pópulo, sem dinheiro para fazer obras de recuperação.
Sem água, sem luz e a ameaçar desmoronamento, o casebre é o local onde António Luís dorme numa velha cama de ferro. Sem casa de banho, “vê-se obrigado a fazer as “necessidades” no monte. “Lavo-me numa bacia e a minha roupa lavo-a no tanque público”, contou ao Nosso Jornal. O seu maior desejo é “ter uma casinha mais segura e com algumas condições”. “No Inverno passado, a parede ficou com um buraco ainda aberto e por onde entra o frio, o vento e a chuva”, disse angustiado. A construção é de pedra sobre pedra, o soalho abana e uma parte já terá começado a ruir, na zona onde fica a sua própria cama.
Este pastor tem duas filhas. Uma vive em Espanha, mas já há algum tempo que não tem qualquer contacto com ela. A outra trabalha em Sabrosa e vai sobrevivendo à “custa de uns trabalhos no campo” quando os vizinhos lhe pedem ajuda.
A Câmara Municipal de Alijó está já a estudar este caso social e espera encontrar uma solução, em breve, para minorar as dificuldades de vida deste pastor.