“Caso eles não venham dar uma satisfação, antes da inauguração, estamos dispostos a atravessar, na estrada, as máquinas agrícolas, viaturas e animais”.
Esta é a ameaça velada de Agostinho Monteiro, pastor de Parada de Aguiar que “ deu a cara” por cerca de trinta agricultores que reclamam o pagamento dos terrenos ocupados pelo último troço da A24, agora concluído.
Além de Parada de Aguiar, em Montenegrelo, Soutelo e Fontes, localidades deste concelho.
“Desde Março de 2005 que ainda não vi qualquer cêntimo da venda do terreno. Em causa, estão cerca de 30.000 euros que ainda estão por receber” – disse Agostinho Monteiro.
Ao que apurámos, tem havido movimentações, nas aldeias, para “encontrar a melhor forma de fazer ver, ao Governo, o descontentamento e a revolta pelo não pagamento dos terrenos em causa”. “Então já vão inaugurar a Auto-Estrada, sem pagarem a quem deve?” – interrogou o pastor. Também o Presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, Domingos Dias, está preocupado, com a situação.
“Temos já manifestado o nosso desalento, junto das Estradas de Portugal, por ainda não terem sido pagos, atempadamente, os terrenos. O Estado devia honrar os seus compromissos e quando foram feitas as ocupações dos terrenos (particulares ou públicos, pois que ainda há muitos Conselhos Directivos de Baldios envolvidos) deveria ser acautelado o respectivo pagamento, o mais imediatamente possível. Lamento, de facto, isto tudo”.
Os terrenos, cujos proprietários alegam o respectivo pagamento, estão situados no troço entre Fortunho e Vila Pouca de Aguiar (que deverá ser inaugurado, no fim de mês, com a presença de José Sócrates).
Muitos deles foram ocupados pela via rodoviária, bem como com os acessos ao viaduto, sobre o Vale de Aguiar.
Jmcardoso