“Todos os transmontanos têm razões mais que suficientes para aderir a mais esta jornada de luta”, defendeu Mário Costa, da Direcção da Organização Regional de Vila Real (DORVIR) do partido Comunista Português (PCP) que, para sensibilizar a população do distrito para a necessidade de manifestar o seu descontentamento, lembrou os reflexos de um conjunto de medidas injustas e que vão prejudicar sobretudo os “trabalhadores, pensionistas e desempregados”.
Marcada para as 15h00 do próximo sábado, a manifestação nacional agendada pela CGTP – Intersindical Nacional, vai levar os trabalhadores a percorrer as ruas de Lisboa, desde o Marquês de Pombal até aos Restauradores, estando previsto a deslocação de pelo menos cinco autocarros do distrito de Vila Real rumo à capital.
Além de criticar veemente o pacote de “medidas de austeridade” anunciadas pelo Governo de José Sócrates, que representa uma política que “responde aos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros e não às necessidades dos trabalhadores”, Mário Costa lembrou os ‘negros’ números da situação social do distrito. “Dos 40 mil trabalhadores do distrito, 50 por cento são da administração pública. Uma redução de salários e o aumento dos impostos vão ter efeitos nefastos no tecido económico e aumentar os números do desemprego”, explicou o comunista, lembrando que o poder de compra médio por habitante no distrito já corresponde a apenas um terço da média nacional”.
Outro dos factores que faz o PCP de Vila Real acreditar que o distrito não vai aguentar as medidas de combate à crise anunciadas, prende–se com os baixos valores salariais praticados, sendo que o salário mensal médio de um vila-realense, de apenas 630 euros, corresponde a apenas 83 por cento da média nacional”.
O distrito regista hoje mais de 11 mil desempregados, sendo que o desemprego tem subido uma média de sete por cento nos últimos três anos, com particular incidência nos concelhos de Santa Marta de Penaguião, Mondim de Basto e Chaves, aponta o PCP.
Entre o rol de números avançados pelo partido, os comunistas classificam ainda como “dramáticas” as assimetrias entre o litoral e o interior quando se fala no valor que recebem os cerca de 41.300 pensionistas no distrito, que é de apenas 73 por cento da média nacional, e “mais grave ainda, de 56,4 por cento da média de Lisboa”.
O PCP aproveitou a oportunidade para voltar a manifestar o seu desagrado perante a demora na resolução do problema dos 79 trabalhadores da Casa do Douro, que estão há seis meses sem receber salários. “A DORVIR exige que o Governo assuma as suas responsabilidades, resolva com máxima urgência o problema dos salários em atraso e acelere as negociações com a Direcção da Casa do Douro para resolver também o problema dos vinhos dados como penhora, com vista ao seu saneamento financeiro”.
Finalmente o PCP adiantou que no dia 12 vai realizar a 7.ª Assembleia da Organização Regional de Vila Real.