Os transmontanos entraram sem medo e com dois avançados destacados na frente que tinham o apoio do criativo Nuno Meia. Esta estratégia aliada a um meio-campo bem povoado, sem dar espaços ao adversário, poderia ter melhores resultados, mas faltou a eficácia ofensiva que é preponderante para vencer jogos. Logo aos 11’, Pedro desmarca Meia que perante a saída do guarda-redes endossa o esférico por cima do seu corpo, mas valeu a pronta intervenção do defesa de Gaia, a tirar a bola sobre linha de golo. Volvidos 7 minutos, mais uma perdida incrível dos forasteiros. Grande jogada de Pedro que ultrapassa vários adversários e oferece o golo a Castanha que não chegou a tempo para o toque final, com a baliza completamente aberta. O Coimbrões não conseguia explanar o seu futebol, fruto da boa cobertura defensiva apresentada pelos vila-realenses. Com um futebol previsível e sem objectividade, foi mais fácil para os visitantes dominar por completo o líder. Sobre a meia hora de jogo mais uma boa ocasião gorada para os forasteiros. Nuno Meia, num pontapé de bicicleta, atira para boa intervenção de Hélder, a aliviar com uma palmada pela linha de fundo.
O intervalo chegou com o nulo a verificar-se, um resultado com sabor a injustiça para os vila-realenses que não souberam aproveitar nenhuma das três oportunidades claras que dispuseram.
Não satisfeito com a produção da sua formação, o técnico da casa, vai mexer no onze. Para o segundo tempo, deixa nos balneários um defesa e coloca Márcio em campo, que veio dar mais equilíbrio ao meio-campo.
Na 2.ª parte, o jogo foi diferente, onde os visitados acabaram por conseguir equilibrar as operações no centro nevrálgico do terreno. Mas, curiosamente é o Vila Real que vai desperdiçar a primeira ocasião de golo do segundo tempo. Aos 70’, Pedro, aparece isolado frente a Hélder, faz o remate para uma boa intervenção com os pés do guarda-redes da casa. A partir deste lance, o Coimbrões finalmente apareceu no jogo. Aos 81’, há um livre cobrado pelo Fifas e a bola bate com estrondo no poste. Já sobre o minuto 90’, Andrade tem um grande pontapé para a defesa da tarde de Vieira, com uma palmada tira a bola da sua baliza. Era o líder à procura do golo que lhe garantisse os três pontos. Golo que vai surgir já em período de compensação, quando na cobrança de um livre na esquerda, a bola é levantada para o coração da área, onde aparece Capela, entre os centrais, a cabecear para o fundo das redes. Vieira nada poderia fazer perante este cabeceamento fatal do avançado da casa. A vitória acaba por ser um saboroso prémio para o Coimbrões que nunca deixou de acreditar que era possível vencer. Já o Vila Real tem que se culpar a si próprio, porque, mais uma vez, não soube aproveitar as diversas oportunidades que foi criando ao longo do jogo, principalmente no primeiro tempo.
Márcia Fernandes
Luís Pimentel, treinador do Vila Real
“Todo o trabalho produzido foi por água abaixo”
O técnico alvi-negro ficou inconformado com a derrota, uma vez que os seus jogadores tudo fizeram para alcançar outro resultado.
“Fomos a melhor equipa, tivemos as melhores oportunidades, mas perdemos. Foi pena perder assim. A equipa empenhou-se, fez um grande esforço e apresentou qualidade, mas é o futebol. Fomos penalizados pela nossa falta de eficácia, pois tivemos situações mais do que suficientes para nos adiantarmos no marcador. Fomos uma equipa muito concentrada, não deixamos o Coimbrões entrar na nossa área e nas transições rápidas, criamos sempre muito perigo. Só tenho que lamentar este resultado negativo que a equipa, pelo trabalho que fez, não mereceu. Com o golo mesmo no fim do encontro, já não houve tempo para reagir e todo o trabalho produzido foi por ‘água abaixo. O resultado correcto seria a nossa vitória, mas pelo menos, o empate seria mais que justo pelo que fizemos ao longo dos 90 minutos”.
Para o próximo jogo, o Vila Real vai receber o Vila Meã e Luís Pimentel espera as mesmas dificuldades que tem encontrado em quase todas as equipas. “Vai ser mais um jogo complicado, mas vamos levantar a cabeça e apostar neste tipo de jogo com qualidade e atitude. Teremos que ser mais eficazes na hora da finalização”.
António Remelgado, treinador do Coimbrões
“Estamos a divertir-nos bastante”
O técnico vencedor estava muito satisfeito com a vitória da sua equipa, que vê assim, a sua posição de líder consolidada.
“Acreditei sempre na vitória. Já empatei e perdi jogos nos minutos finais. É evidente que a jogar em casa e com o caudal ofensivo apresentado nos últimos 20 minutos, sempre acreditei que o golo poderia aparecer. Foi um jogo bem disputado, interessante, em que o Vila Real nos criou muitas dificuldades, principalmente na 1.ª parte. A minha equipa entrou muito ansiosa, o primeiro lugar pesa nestes jovens jogadores, mas sabia que a jogar a este ritmo iríamos conseguir ir para cima do adversário e isso ficou bem patente na nossa postura nos minutos finais do encontro, que apresentamos maior frescura física. O jogo passou a ter um único sentido e as melhores ocasiões foram as do Coimbrões.
Vamos tentar manter o primeiro lugar, se nos deixaram, como é óbvio. O nosso objectivo passa por ficar nos seis primeiros lugares. A nossa filosofia de jogo é divertirmo-nos um pouco com isto e estamos a divertir-nos bastante”.
FICHA TÉCNICA
Jogo disputado no Parque Silva Marques, em Coimbrões.
Árbitro: Renato Mendes
Auxiliares: Luís Cunha e Miguel Silva
COIMBRÕES – Hélder, Hugo (Márcio, 45’), Igor, João, Fifas, Andrade, Paulo Lima, Fábio Martins (Nuno, 60’), Pedro Tavares, Capela, Pedro Gabriel (André, 75’).
Suplentes não utilizados: Rui Alves, Pedro Simão, Carlos Sousa, Marco.
Treinador: António Remelgado
VILA REAL – Vieira, Bessa, Ernesto, Nuno Fredy, Peixoto, Norberto, Pedro (Fred, 90’), Leirós (Luís Carlos, 70’), Moura, Nuno Meia, Castanha.
Suplentes não utilizados: Gamito, Caniggia, Zé Monteiro, Miguel.
Treinador: Luís Pimentel
Cartões Amarelos: Andrade (14’), Hugo (40’), Pedro Tavares (43’), Igor (52’), Paulo Lima (55’), Bessa (80’), João (94’).
Ao intervalo: 0 – 0
Marcador – Capela (92’).