A última sessão da Assembleia Municipal de Mesão Frio, marcada para o dia 30, e na qual iria se debater e aprovar a versão final do Plano de Pormenor da Rede, que vai permitir a construção de uma nova unidade hoteleira, ficou adiada para o próximo dia 15 devido a falta de quórum originada pela ausência da maioria dos deputados eleitos do Partido Social Democrata (PSD).
“Faltaram 12 dos 15 eleitos do PSD, que, assim, inviabilizaram a discussão e aprovação do tão propalado plano de ordenamento que permitirá um avultado investimento na área do turismo, e do qual dependerá a concretização do projecto ligado à construção do Douro Marina Hotel”, explica o Partido Socialista (PS).
A falta de comparência dos deputados sociais-democratas motivou a revolta dos socialistas que, em comunicado, classificaram a opção como um acto de “cobardia política” e de desrespeito pela população. “Esta estratégia da maioria PSD, em se furtar às responsabilidades em que foram investidos pelo voto popular há quatro anos, demonstra bem que os eleitos e, agora, também, candidatos do PSD assumiram antecipadamente à derrota do próximo dia 11”, considera ainda a candidatura do Partido Socialista (PS) à autarquia mesãofriense.
Apesar de assumirem a ausência em bloco dos deputados como uma confirmação de “quem é que em Mesão Frio sofre de asfixia política e quem, de facto, promove o embuste democrático”, e de se mostrarem “solidários com as muitas dezenas de munícipes presentes, com os proprietários dos terrenos que integram a área geográfica que importa ao Plano de Pormenor da Rede”, os socialistas garantem que vão responder às “provocações da candidatura Social-democrata” com o seu “melhor silêncio”.
Por outro lado, o PSD, apesar de reconhecer que a reunião seria “uma das mais importantes da história de Mesão Frio”, tendo em conta que o projecto em causa “será seguramente o pontapé de saída para a reestruturação económica do concelho”, explica a ausência referindo que o partido terá sido “alertado por alguém com fortes responsabilidades no PS e na candidatura do Partido Socialista às Autárquicas 2009”. “Os deputados eleitos pelo PSD à Assembleia Municipal acharam por bem não marcarem a sua presença a bem da sua segurança pessoal, a bem dos interesses do concelho, e acima de tudo, a bem da enorme responsabilidade exigida a todos os eleitos pelos mesãofrienses”, frisaram.
“Não é virgem o desrespeito por parte dos eleitos do PS àquele órgão. Não é virgem o desrespeito por parte dos apoiantes do candidato do PS em Mesão Frio à Assembleia Municipal. Não é virgem o facto de o PS de Mesão Frio, a sua candidatura às Autárquicas 2009 e os membros da sua ‘entourage’ usarem o órgão máximo da democracia em Mesão Frio para folclore, circo e desordem política”, defende o PSD, recordando “a tentativa de agressão por parte de um vereador socialista a um membro da mesa da Assembleia Municipal”.
O PSD lamentou “o facto de ter sido necessário, depois de muitos anos, chamarem novamente as forças de segurança para que a Assembleia Municipal pudesse desenvolver os seus trabalhos”. “Acreditamos que apenas desejavam a desordem e o desrespeito pela democracia como se verificou, e acreditamos piamente que este interesse repentino do Partido Socialista passará à história já dia 12 de Outubro”, defenderam.
Também a Câmara Municipal de Mesão Frio, liderada por Marco Teixeira, se pronunciou sobre a polémica referindo-a como “o culminar de um sucedâneo de episódios que em nada dignificam o nosso concelho”. “Enquanto Presidente da autarquia lamento o sucedido porque implica que a discussão e aprovação de importantes questões da agenda política de Mesão Frio sejam adiadas. Por outro lado, compreendo a atitude individual de cada deputado municipal do grupo parlamentar do PSD porque se pretendia desvirtuar aquele que deve ser o espaço de discussão e debate do concelho”, esclareceu o autarca.
Defendendo que a “Assembleia Municipal deve afastar-se de todo o tipo de folclore, seja ele pessoal ou político, daí compreender a atitude dos deputados do PSD”, Marco Teixeira garante que “jamais” fará parte “de um plano de conspurcação do importante órgão municipal”, lembrando que “Mesão Frio paga um preço alto pelas irresponsabilidades, pela ganância política e ambição desmedida de alguns”.