Onze anos depois da sua abertura, o pólo de Miranda do Douro da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai encerrar no fim do ano lectivo, no dia 31 de Julho, segundo a academia, “por falta de alunos”.
Armando Mascarenhas Ferreira, reitor da UTAD, lembra que o pólo que outrora chegou a somar três centenas de estudantes e mais de três dezenas de docentes, foi perdendo candidatos encontrando-se agora, e depois da transferência, no último ano lectivo, dos novos alunos de Serviço Social para Vila Real, apenas com meia centena de estudantes.
“Por Miranda do Douro ser longe, o número de alunos a entrar foi diminuindo”, explicou o reitor, constatando inevitavelmente que se “não há estudantes, não há possibilidade” de manter o pólo em funcionamento.
Mascarenhas Ferreira confirmou que 12 alunos de Serviço Social já fizeram chegar à reitoria a sua preocupação com o facto de não conseguirem acabar o curso, uma vez que, não concluindo as cadeiras até o final de Julho, irá ser muito difícil deslocarem-se a Vila Real para frequentar as aulas. “Poderá haver uma excepção”, adianta o reitor colocando sobre a mesa a possibilidade de se concentrar as aulas todas no mesmo dia, de modo a que “todos possam acabar o curso”.
Deixando claro que “tudo foi feito para manter o pólo aberto”, tanto por parte da universidade, como da autarquia de Miranda do Douro, Mascarenhas Ferreira sublinhou que se trata de uma “realidade incontornável”.
A decisão de transferir os alunos dos dois cursos de Miranda do Douro para Vila Real foi tomada pelo senado da UTAD em Julho de 2007, sendo que, no caso de Antropologia Aplicada, não foram mesmo abertas vagas de acesso para o actual ano lectivo (2008/2009). No caso do curso de Serviço Social, a partir do momento que este passou a ser leccionado nas instalações de Vila Real as 60 vagas foram preenchidas logo na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, garante a academia.
Também Luís de Matos, novo presidente da direcção da Associação Académica, que toma posse no próximo dia nove, revelou a “tristeza” dos estudantes pelo fecho do Pólo. “Numa zona do interior que já por si sofre com o problema da desertificação, como é Miranda do Douro”, a saída do ensino superior vai representar “mais um entrave ao seu desenvolvimento”, explicou o representante dos alunos.
Luís de Matos considerou ainda que é preciso ver o lado positivo da situação, o facto dos alunos terem em Vila Real “melhores condições” ao nível das infra-estruturas. “Nesse sentido é sempre vantajosa a vinda para o Campus, concluiu”.