Ao início da tarde do dia 10, cerca de cem pessoas de Vilar de Maçada reuniram-se com a direcção do Centro Distrital de Segurança Social de Vila Real (CDSS) para apresentar as suas preocupações com a alegada má gestão da actual direcção do Centro Social, Recreativo e Cultural (CSRCVM) daquela freguesia alijoense, manifestando, à saída da reunião, o apoio incondicional, ao presidente da direcção ‘despejada’ pelo Tribunal, José Manuel Ferreira.
“A actual direcção está lá há cerca de 17 dias e já há vários relatos de falta de assistência”, explicou José Manuel Ferreira, ex-presidente do CSRCVM, apoiado por dezenas de pessoas que se deslocaram a Vila Real como forma de apoio à direcção que, por ordem do Tribunal de Alijó, teve que deixar a gestão do Centro.
Os vários populares, entre utentes, familiares, ex-órgãos sociais, ou simplesmente cidadãos de Vilar de Maçada, contaram episódios de falta de limpeza, demora na prestação de cuidados de higiene dos idosos e até a falta de alimentação para vários utentes, entre os quais crianças que frequentem a creche.
“Recebemos quatro queixas durante a semana passada”, confirmou Rui Santos, director do CDSS, referindo no entanto que o processo decorrerá agora dentro trâmites legais, esperando-se agora uma resposta por parte da actual direcção no prazo de dez dias e o relatório da fiscalização por parte da Segurança Social.
Mas, não é só das poucas condições para os utentes que se queixam os sócios do Centro Social, também há relatos de pressões para com os funcionários, salários em atraso e mesmo despedimentos. Cristina Vilela, ex-funcionária do CSRCVM, referiu mesmo que foi demitida porque participou em “manifestações contra a actual direcção” e denunciou exactamente os salários e subsídios de férias em atraso.
A ‘novela’ do Centro Social começou no ano passado, altura em que a direcção de José Manuel Ferreira se demitiu por incompatibilidades com alguns dos órgãos sociais que, entretanto resolveram assumir a direcção do Centro. O processo prosseguiu com altos e baixos até que, em Dezembro do ano passado uma assembleia geral de sócios destituiu a direcção, então assumida por Maximino Fernandes, tendo decorrido eleições em Janeiro, num processo que contou com a votação de mais de 400 associados e que acabaram por não ser impugnadas.
No entanto, uma decisão judicial de Maio, que não teve em consideração o último processo eleitoral, e que elegeu a equipa de José Manuel Ferreira, acabou por culminar com uma acção de despejo que colocou os anteriores dirigentes de novo no poder.
A direcção ‘despejada’ já recorreu e o processo encontra-se agora no Tribunal da Relação do Porto.
Sobre as motivações que levaram a todo o ‘imbróglio’ judicial despoletado pela direcção vencida na eleição de Janeiro, José Manuel Ferreiras coloca a possibilidade das motivações terem por trás “interesses políticos”. “Vou provar como o PSD de Alijó e de Vilar de Maçada estão por trás disto tudo”, garantiu o mesmo responsável.
Com um quarto de século de existência, o Centro conta hoje com cinco valências num total de mais de uma centena de utentes, cerca de 30 funcionários e perto de 1050 associados.