Domingo, 19 de Janeiro de 2025
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Presidente da autarquia reivindica consultas de especialidade para o hospital

Em resposta às preocupações do autarca, o secretário de Estado referiu que o executivo está “muito interessado” em aproximar o Serviço Nacional de Saúde dos cidadãos

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O presidente da Câmara de Chaves, António Cabeleira, quer que as consultas de especialidade voltem à Unidade de Saúde flaviense, uma vez que desde 2007, com a agregação no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), o hospital só tem perdido valências. “Desde 2007 que a unidade de Chaves perdeu muitas valências e consultas de especialidade”, disse o autarca, adiantando que o ideal seria que a administração do CHTMAD tivesse a mesma preocupação com as três unidades que gere e não apenas com a de Vila Real. “O desejável era que a administração tivesse a mesma preocupação com as três unidades, Lamego, Régua e Chaves, o que não acontece. Há uns anos havia vida, os médicos andavam contentes, as famílias felizes e por isso queremos que as especialidades voltem ao nosso hospital”.

António Cabeleira sempre se mostrou crítico com a integração que foi feita, sem haver “um plano estratégico”, e defende que os doentes de Chaves deveriam ter as consultas de especialidade no seu hospital, sem terem de se deslocar a Vila Real, o que traz sempre encargos às pessoas.

A administração do hospital garante que há um plano estratégico em ação e promete rever a situação, uma vez que na reunião que teve, na quinta-feira, com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, foi abordado esse assunto.

Questionado sobre a possibilidade de o governo socialista reabrir serviços que foram encerrados no interior do país, o secretário de Estado referiu que o executivo está “muito interessado” em aproximar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) dos cidadãos, quer seja através dos hospitais, das unidades de saúde familiares, dos cuidados continuados integrados. “Não partilhamos a ideia de os cidadãos terem de percorrer vários quilómetros para ir à procura de cuidados de saúde”, afirmou Manuel Delgado. Porém, sublinhou que a concentração de serviços, a fusão de hospitais e a criação de centros hospitalares têm aspetos “altamente positivos” do ponto de vista da eficiência de recursos, que “são escassos”. Apesar disso, defende um “equilíbrio com a aproximação dos serviços aos cidadãos”, que pode ser realizado não só através do hospital, mas também de uma unidade ambulatória ou do apoio domiciliário. “É uma questão que queremos diversificar, até porque Portugal tem um problema de excesso de concentração de pessoas e recursos nos hospitais”.

Sobre o caso específico do CHTMAD, o governante explicou que deve ser criado um modelo “muito mais diversificado” de forma a aproveitar as capacidades de cada polo, não descurando as sinergias e a necessidade de concentrar recursos em algumas áreas.

 

“Cortes na Saúde não provocaram devastação na vida das pessoas”

 

Na visita que efetuou ao Hospital de Chaves, o secretário de Estado da Saúde afirmou que os cortes na Saúde não provocaram uma “devastação” na qualidade de vida dos portugueses. “Não cremos que, no essencial, os cortes tenham provocado uma devastação na qualidade de vida e saúde dos portugueses. A informação que temos é que, apesar dos cortes, os profissionais, as instituições e serviços têm respondido cabalmente às necessidades da população”, disse Manuel Delgado, adiantando que “as coisas estão bem” no SNS, por isso, não há motivos para alarmar a população. “Ao longo dos anos, o SNS tem provado elevada competência, elevada qualidade, tem salvado muitas vidas, havendo bons indicadores de saúde”, sustentou este responsável governamental. No entanto, admite fazer uma avaliação sobre os cortes que foram feitos na Saúde, apesar de reconhecer que é “sempre muito difícil” conseguir esses dados. “O impacto dos cortes é sempre muito difícil de se avaliar quando não temos toda a informação, designadamente quando não temos o impacto real sobre a vida, saúde e bem-estar das populações. Esse trabalho não é fácil de se fazer porque não temos um seguimento total de todos os doentes”, concluiu.

A deputada Manuela Tender acompanhou a visita do secretário de Estado e realçou a importância que esta unidade hospitalar tem para a população da região. “Esta visita, em época natalícia, traz esperança às pessoas, que pretendem ter melhores serviços de saúde”, mas para isso é necessário “um maior investimento em recursos financeiros e humanos” que possibilitem uma resposta adequada às necessidades da população. “Vou continuar empenhada na melhoria da capacidade de resposta deste hospital e na reposição de valências e serviços fundamentais que perdeu aquando da integração no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, levada a cabo por um Governo Socialista”, sublinhou a deputada social-democrata.

 

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