É das poucas vozes que se levantam a favor da construção da barragem, em detrimento da via férrea do Tua. O Presidente da Junta de Freguesia de Frechas, apesar de considerar linha e barragem como a melhor solução, opta, no entento, pela barragem, em caso de opção.
“Hoje, há muita gente que chora lágrimas de crocodilo, pela Linha do Tua”. Com desassombro, o Presidente da Junta de Freguesia de Frechas, Jorge Pereira, defende a construção da barragem, numa situação de “eventual incompatibilidade com a manutenção da Linha do Tua”.
“Aquilo que verificamos é que, desde há vinte e muitos anos, andamos nesta situação de impasse, quanto à linha. Manter este cenário é insustentável”.
O autarca considera, mesmo, que “não sabe até que ponto tudo possa coexistir, pacificamente. Mas a linha não nos dá grandes indicações de que possa ter mais potencial do que tem tido” – sublinhou, para acrescentar: “Por exemplo, ver hoje o rio Douro sem as albufeiras que tem seria complicado, em termos de paisagem. Sabe-se que a linha pode ser afectada, mas, por outro lado, o rio e uma albufeira também terão as suas vantagens. Se pudéssemos conciliar, era o ideal, não havendo conciliação, não estou a ver que soluções possam existir. E, além disso, hoje não podemos menosprezar a questão da gestão dos recursos hídricos e, até, da produção hidroeléctrica” – concluiu. A posição de Jorge Pereira é única, entre os autarcas do concelho de Mirandela, onde a Linha do Tua e o rio estão lado a lado.
De salientar que Frechas é uma freguesia que possui duas estações ferroviárias (Frechas e Cachão) e um apeadeiro (Latadas). A albufeira da barragem não submergirá qualquer dos edifícios.
Sublinhe-se que alguns autarcas do Tua estão na disposição de avançar com um projecto de planeamento e desenvolvimento do Vale do Tua, para “a criação de riqueza e competitividade”, com a Linha do Tua a fazer parte desse plano.
Jmcardoso