“Neste momento, vamos vacinar as pessoas que pertencem ao grupo A, no caso concreto dos cuidados de saúde primários, as grávidas no segundo e terceiro trimestre de gestação com patologias associadas”, explicou, ao Nosso Jornal, Baptista da Fonseca, presidente do Conselho Clínico do Agrupamento de Centros de Saúde Douro I – Marão e Douro Norte.
Para o agrupamento, que engloba a área territorial dos centros de saúde de Vila Real (I e II), Alijó, Mesão Frio, Murça, Peso da Régua, Sabrosa e Santa Marta de Penaguião, foram disponibilizadas, nesta primeira fase de vacinação, “25 frascos, o que equivale a 250 vacinas”.
Depois de garantidas todas as condições necessárias para começar a vacinação, “foi necessário fazer um levantamento exaustivo das grávidas com patologias associadas”, que agora serão agrupadas em grupos de dez para que seja administrada a vacina. “Temos que ter as dez grávidas senão corremos o risco de perder alguma vacina”, explicou Baptista da Fonseca, referindo que o processo é agendado e decorre em simultâneo nas dez utentes, que, três a quatro semanas mais tarde, deverão repetir o procedimento.
Segundo o médico, não se esperou que as grávidas se dirigissem aos serviços de saúde, houve um esforço conjunto com o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro no sentido de identificar as utentes e informá-las da sua prioridade relativamente à vacinação. “Muitas grávidas com patologias associadas não recorrem aos centros de saúde, optam por clínicas privadas e só depois são referenciadas para o hospital”, referiu o médico, revelando que esse tipo de situações dificulta o processo de identificação das gestantes.
Sublinhando que não se trata de “uma vacina generalizada”, o presidente do Conselho Clínico do Agrupamento de Centros de Saúde referiu que as pessoas que “necessitam da vacina, e que sejam portadoras de um documento a comprová-lo, devem dirigir-se ao Centro de Saúde, ou telefonar, no sentido de saber o dia e a hora em que vão ser vacinadas”.
No que concerne à vacinação dos restantes grupos prioritários, Baptista da Fonseca acredita que “será um processo em cadeia”. “Nos cuidados de saúde primários, e relativamente às grávidas, daqui a três ou quatro semanas estas voltarão a receber a vacina, entretanto devemos passar para o grupo A não prioritário”, revelou o médico, referindo que, gradualmente, se avançará para os grupos B e C.
“Não é fácil reunir as pessoas, ter os utentes com os seus diagnósticos nas mãos, na hora certa, para poder abrir frascos e começar a fazer vacinação em série”, reconheceu Baptista da Fonseca, contabilizando, no entanto, que está prevista, a nível nacional, a administração de três milhões de vacinas, ou seja, cerca de 30 por cento da população portuguesa.
Segundo uma circular normativa da Direcção-Geral de Saúde, o Estado “adquiriu seis milhões de doses da vacina Pandemrix®”, sendo que a campanha de vacinação “tem por objectivo a protecção dos cidadãos mais vulneráveis, de modo a reduzir a morbilidade e a mortalidade, assegurar a continuidade dos serviços fundamentais e, ainda, reduzir a transmissão e a velocidade de expansão da doença”.
Assim, na primeira fase do Grupo A, no conjunto de pessoas com prioridade máxima, estão vários “profissionais de saúde como, por exemplo, aqueles que pelo seu número, pela especialização e especificidade das suas funções, sejam dificilmente substituíveis, as grávidas no segundo e terceiro trimestres com patologia associada, e os titulares de órgãos de soberania e profissionais que desempenhem funções essenciais”.
Ainda no Grupo A do plano de vacinação, mas numa segunda fase, estão as pessoas com menos de 65 anos com “asma moderada a grave sob terapêutica crónica”, pessoas com obesidade mórbida, com doença respiratória crónica desde a infância, doença neuromuscular com compromisso da função respiratória ou imunodepressão” e ainda a generalidade das grávidas no 2.º e 3.º trimestres de gestação e “os coabitantes de crianças com idade inferior a seis meses portadoras de doenças graves.
Segundo as últimas actualizações do Ministério da Saúde, “na semana entre os dias 12 e 18 Outubro foram observados nos serviços de saúde 3 044 doentes com sintomas de gripe, independentemente dos vírus em causa, 15 doentes estiveram internados, dos quais dois em unidade de cuidados intensivos”.