Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
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PS ganha mais duas câmaras e pode igualar o PSD

Os socialistas foram os maiores beneficiados das eleições autárquicas realizadas no último domingo e que lhes valeram arrebatar ao PSD, a câmaras de Mesão Frio e ganhar também o município de Sabrosa. Apesar de, no cômputo geral, os sociais-democratas terem tido mais votos e continuarem na posse das três principais cidades, Chaves, Vila Real e Régua, o facto é que, neste sufrágio, perderam mais do que ganharam.

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Contudo, em algumas das vitórias alcançadas, o PSD foi “esmagador”, em número de vereadores eleitos na disputa com o PS. Como em Chaves (5-2), Valpaços (5-2), Boticas (5-0) e Régua (5-2). Como foi significativo também a percentagem de votação com os 73,8% em Boticas, os 64,83% em Valpaços e os 62,39% em Ribeira de Pena.

Outro traço forte destas eleições, é a “bipolarização” geográfica que ficou mais acentuada, ou seja, a Sul do distrito e na “corda” dos municípios ribeirinhos, o PS, à excepção de Peso da Régua, domina, nomeadamente, em Mesão Frio, Sabrosa, Murça, Alijó, Santa Marta de Penaguião e Montalegre um “enclave” na supremacia do PSD. Os sociais-democratas reinam no Norte do distrito, em Boticas, Chaves, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena. Em Vila Real e Régua também são a força mais votada, ficando mais a Sul do distrito.

Antes das eleições, havia expectativas de mudança em alguns municípios, alimentadas nos “mentideros” políticos. A verdade é que algumas acabaram por ser confirmadas. Em Mesão Frio, Alberto Pereira (PS) venceu por 8 votos a Marco Teixeira (PSD). Em Mondim de Basto, Humberto Cerqueira (PS) vai à frente nas eleições que serão decididas só no próximo domingo. Em Sabrosa a única mudança foi de força política, já que José Marques (PS) “arrasou” os seus adversários e deu-se “ao luxo” de conquistar para os socialistas a maior percentagem eleitoral no distrito (67,2%) e o melhor resultado de sempre deste partido no concelho. Uma referência também para a subida do CDS/PP (dos 2 439 para os 6 234 votos municipais) e a sua contribuição em algumas coligações com o PSD.

Nota para a votação em algumas freguesias na capital do distrito e a sua posição “estratégica” na freguesia de Nossa Senhora da Conceição. O Bloco de Esquerda manteve a tendência de subida e passou dos 234 votos, em 2005, para os 1 174 nestas autárquicas.

Em termos de votos para as câmaras municipais, a CDU registou uma ligeira redução. De 3 751 em 2005, recolheu no último domingo, 3 683, mas em Boticas conseguiu bater o PS e ser a segunda força política mais votada.

Em Alijó, a vitória de Artur Cascarejo assegurou a continuidade do PS à frente da autarquia, acabando por vencer a coligação PPD/PSD – CDS-PP com números confortáveis. Um êxito que teve em muito a contribuição do próprio candidato, que juntou à sua volta alguns apoios de outros quadrantes políticos.

Em Boticas, Fernando Campos (PSD) voltou a vencer claramente e, durante mais quatro anos, não terá oposição. A conquista de Couto de Dornelas, a única freguesia não laranja do concelho liderada por um Movimento de Independentes, ficou para “outras núpcias”.

Em Chaves, João Batista (PSD) não deu hipótese e conseguiu o melhor resultado de sempre para o seu partido.

Em Mesão Frio, Alberto Pereira (PS) venceu Marco Teixeira (PSD) e a câmara mudou de cor partidária que se mantinha laranja desde o 25 de Abril. O candidato derrotado solicitou a recontagem dos votos. Aqui, há uma nota curiosa, já que das sete freguesias do concelho, cinco são da oposição (PSD).

Em Montalegre, Fernando Rodrigues (PS) ganhou como se esperava e vai para o seu último mandato com apreciável vantagem.

Em Murça, a eleição de João Teixeira (PS) também era aguardada, o que se acabou por se confirmar nas urnas. Ao abrigo da nova Lei Autárquica, João Teixeira entra no seu último mandato.

Nuno Gonçalves (PSD) repetiu, em Peso da Régua, a sua vitória de 2005, mas agora com um dos melhores resultados autárquicos de sempre do seu partido. Covelinhas e Godim foram as únicas freguesias do concelho que resistiram à vaga laranja.

Já em Ribeira de Pena, Agostinho Pinto (PSD), que se apresentou coligado com o CDS-PP, foi “demolidor” e ganhou todas as freguesias do concelho, inclusive Cerva, onde Carlos Carvalho (PSD) pôs fim à gestão socialista.

A câmara de Sabrosa mudou de cor partidária mas não de presidente. A candidatura de José Manuel Marques (PS) conseguiu a segunda maior percentagem de votos do distrito (a seguir a Boticas) e a melhor do PS nos catorze concelhos.

Mais a Norte do distrito, a tradição ainda é o que era em Valpaços, onde Francisco Tavares (PSD) venceu naturalmente, continuando assim de “pedra e cal” à frente dos destinos da autarquia.

Em Vila Pouca de Aguiar, Domingos Dias (PSD) venceu “a solo” o município aguiarense e parte para o seu último mandato com maioria no executivo camarário.

Em Santa Marta de Penaguião, Francisco Ribeiro (PS) voltou a “dar cartas” e venceu claramente. No concelho, o PSD ganhou as freguesias de Cumieira e Medrões (esta por um voto).

Na capital do distrito, Manuel Martins (PSD) mostrou, mais uma vez, a sua “mania de vencer” as eleições e vai terminar em beleza a sua triunfante e já longa caminhada autárquica.

 

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