A operação conduzida pela Diretoria no Norte da PJ permitiu apurar que os arguidos, além de o agredir fisicamente e psicologicamente durante aquele período, também o alugavam a outros e recebiam o pagamento dos serviços que o homem prestava.
A PJ explica que a vítima “padece de um atraso cognitivo”, “não tem qualquer retaguarda familiar” e vivia “numa situação degradante, pernoitando num furgão em estado de sucata, num acampamento”, acrescentando que foi “controlada e vigiada ininterruptamente” pelos arguidos, que também tinham os seus documentos, fazendo-a “especialmente vulnerável”.
Segundo o mesmo comunicado, os suspeitos também não deixavam que o homem fosse medicamente assistido e, “nem mesmo quando sofreu um grave acidente lhe possibilitaram o recurso a uma urgência hospitalar”, tendo ficado com “lesões permanentes nos membros inferiores, que lhe afetam gravemente a mobilidade”.
O homem de 54 anos acabou por conseguir fugir, desencadeando a investigação da PJ, que o encaminhou para um Centro de Acolhimento e Proteção especializado para vítimas de tráfico de seres humanos.
Os detidos, suspeitos da prática dos crimes de tráfico de pessoas, escravidão e falsificação de documentos, vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial, para aplicação de eventuais de medidas de coação.