Frequentemente descrita como o diamante das quintas do Douro, a Quinta da Roêda, no Pinhão, inaugurou na sexta-feira o seu Centro de Visitas, que promete uma nova experiência de enoturimo a todos os visitantes.
Situada em local privilegiado, pode receber grandes grupos de turistas que vêm visitar o Douro e abarcam no cais ali tão perto, podendo mesmo chegar ao centro de visitas a pé ou então em autocarro, que têm espaço suficiente para estacionar mesmo à porta do novo espaço.
Para o diretor-geral da The Fladgate Partnership, Adrian Bridge, os turistas procuram cada vez mais experiências que fiquem para sempre na sua memória. “Por norma, o turista vem à descoberta, não conhece a região, e nós devemos mostrar toda a autenticidade desta região”.
Adrian Bridge refere que esta é a oportunidade que existe para tornar o Douro um destino cada vez mais atrativo, não sendo necessário construir mais hotéis, uma vez que o grande desafio passa por diversificar a oferta, ou seja, “os turistas têm que ter mais coisas para fazer”, de forma a ficarem mais tempo no Douro.
Num investimento de 900 mil euros, o novo espaço tem uma ampla sala de visitas, com a história da emblemática quinta e três lagares exclusivamente para os turistas pisarem as uvas. “A ideia destes lagares é dar oportunidade a quem visita a região no período das vindimas poder ‘entrar no processo’ de pisa de vinho, fora dos nossos lagares próprios ‘vintage’. As uvas aqui pisadas e transformadas vão ser aproveitadas para uma outra gama dos nossos produtos”, sublinha o diretor-geral, que não espera no imediato um retorno do investimento realizado. “Nós somos realistas e sabemos que precisamos de dois a três anos para consolidar o negócio. No início vamos ter prejuízo, mas não estamos preocupados com isso, porque esse é o tempo necessário para construir um negócio sólido para sobreviver a médio e longo prazo”. Com uma ligação ao Douro de 323 anos, a empresa não precisa de resultados imediatos, pois sabe o potencial do Douro, que inclui os produtos e a paisagem, que “são únicos e têm grande potencial”.
Ao Pinhão chegam anualmente 300 mil visitantes, sendo mesmo considerado o centro da área de turismo do Douro, mas, segundo Adrian Brighte, é necessário “reter” durante mais tempo os turistas no Douro. “Abrir espaços é o mais fácil, o problemático passa por ter atividades diversificadas e únicas que cativem o turista a permanecer mais tempo na região, num trabalho que deve ser em conjunto com as diversas entidades que promovem o Douro”.
Em representação da Câmara Municipal de Alijó esteve o vice-presidente, José Paredes, que sublinhou a importância deste investimento para a economia do concelho e de toda a região duriense. “Este centro de visitas preserva a identidade do território, combinando a agricultura, o comércio e o turismo, e contribui para a fixação de pessoas, nomeadamente pessoas jovens e qualificadas”.
A Quinta da Roêda foi adquirida pela Croft em 1889 e, com a incorporação na The Fladgate Partnership, desde 2001, tem beneficiado de grandes investimentos, quer na vinha quer na construção de lagares tradicionais, processo único e insuperável de vinificação para os vinhos do Porto Vintage.
