À semelhança dos anos anteriores e antes do início do Inverno, realizou-se uma reunião em Vila Real, onde estiveram presentes organismos e agentes que lidam com a questão da trafegabilidade das vias e das auto-estradas que atravessam o distrito. Na reunião estiveram diversos organismos como o Centro Distrital de Operações e Socorro, CDOS, Governo Civil, Estradas de Portugal, GNR, PSP, OPERSCUT (A24), AENOR (A7), Auto-Estradas XXI, que agora está com o IP4.
Em situações extremas e no âmbito da Autoridade Nacional de Protecção Civil, toda a coordenação e articulação de meios se fará a partir do CDOS de Vila Real, numa articulação com os vários agentes.
O comandante do CDOS de Vila Real, Carlos Silva, deu a conhecer o que foi traçado nessa mesma reunião. “Basicamente o que procurámos foi verificar os meios que temos, ou melhor os meios que os diversos operadores têm. Verificamos aquilo que não correu bem e também o que houve de positivo para tentar corrigir o que se fez mal ou que não correu tão bem como desejaríamos”. Concluiu-se que “os meios existentes no ano passado foram suficientes”. Contudo, este ano, a Auto-Estradas XXI vai contar com mais um limpa-neves e a AENOR também terá mais um. “Esta opção é compreensível, dada a extensão do IP4. Apesar dos dois limpa-neves que estiveram no ano passado no IP4 se terem revelado suficientes, houve momentos pontuais em que um terceiro ter-se-ia revelado uma grande ajuda. Também a A7 vai ter mais um limpa-neves. Assim, no distrito, só nos concessionários, teremos 15 limpa-neves, o que é muito bom”.
Além dos limpa-neves, os operadores estão a armazenar sal, de soluções sal-gema e salmoura, sendo que houve algumas alterações. As Estradas de Portugal, EP, tinham um silo de sal estrategicamente no Alto de Espinho, no IP4, para que o tempo de aplicação fosse o mais curto possível. Este silo foi deslocado para outro local, porque agora as EP já não têm a responsabilidade do IP4. Agora, o silo ficou em Vilarinho de Samardã para servir as estradas nacionais da zona do Planalto da Serra da Padrela e de Boticas. A Auto-Estradas XXI vai colocar um outro silo de sal no Alto de Espinho.
O responsável do CDOS está ciente que se acontecerem nevões, as pessoas que utilizarem estas vias (Auto-estradas e IP4) estarão com certeza muito mais seguras do que se circularem em estradas secundárias. Os operadores têm meios para socorrer, para colocar as estradas em condições de circulação. Portanto, será sempre uma questão de algum tempo até que os limpa-neves façam o seu trabalho para o trânsito voltar a circular com normalidade”.
Neste encontro foram levantadas algumas questões consideradas problemáticas. “Sempre que o nevão é extenso como aconteceu no ano passado, que cobriu praticamente todo o território de Norte a Sul, naturalmente podem existir momentos em que vai haver alguma dificuldade das pessoas circularem. São fenómenos invulgares no nosso território, mas para os quais temos que estar preparados porque se poderão tornar normais”. Carlos Silva adiantou já algumas decisões para a circulação em caso de rigorosas condições climatéricas. “Em situações de maior quantidade de gelo ou de neve, quando um camião articulado se atravessar na estrada teremos mesmo de impedir a circulação. Basta um ter um problema para impedir completamente o tráfego”. Outra preocupação deixada foi a questão das obras de beneficiação do IP4. “Esta via está em obras e algumas faixas estão impedidas ao tráfego. Sendo assim, estamos limitados de faixas de rodagem. É uma situação que nos preocupa, porque se tivermos uma situação de obstrução de uma das faixas, teremos mesmo de cortar o trânsito para permitir o acesso dos meios de socorro e de limpeza das vias. Mas, a concessionária Auto-Estradas XXI está a fazer um esforço para que as obras que ocupam essas vias terminem o mais rapidamente possível”, disse.
Outra das novidades é que, este ano, toda a informação sobre o estado das vias terá uma só voz. “Nestas alturas em que as condições climatéricas são adversas, cria-se um problema de pressão. Há pessoas retidas nas vias, com dificuldade em circular e precisam de informação. Para este efeito, decidimos que toda a informação sairá do CDOS. Não vai adiantar às pessoas telefonarem para os diferentes agentes porque eles não vão prestar informações avulsas. A informação partirá sempre do CDOS que será a mais correcta e a mais actualizada”. A colaboração dos condutores também é importante quando as situações se complicam, daí o apelo de Carlos Silva. “Quando as autoridades indicarem aos condutores que não devem circular por mais do que duas faixas, eles devem obedecer. É crucial que uma fique livre para as viaturas de emergência e para as que procedem à limpeza das estradas”. No ano passado, muitos condutores reclamaram por falta de informação sobre as restrições de circulação devido à neve. Porém, este responsável garante que, nos itinerários e nas auto-estradas, há painéis informativos que dão informação atempadamente sobre o estado da via e sobre os locais. “O que acontece é que as pessoas não ligam à informação. As autoridades se virem que não há mesmo condições de segurança, naturalmente têm mesmo de cortar a estrada. Neste aspecto também seremos bastante incisivos num trabalho de sensibilização e informação prévia aos condutores para que não optem por vias afectadas”.
Os bombeiros e autarquias são também elementos importantes na ajuda aos condutores em matéria de segurança e protecção civil. No ano passado tiveram um papel preponderante no apoio que deram aos automobilistas que se encontravam retidos. Recorde-se que as autarquias têm grande parte da rede viária do distrito. “Também já foram contactadas no sentido de prepararem este período que aí vem, estão a dotar-se de alguns equipamentos e estamos a contar que as coisas correm bem”, referiu o comandante do CDOS.
Além das vias aqui já citadas, há algumas estradas nacionais que vão ter uma maior vigilância neste Inverno, principalmente no concelho de Ribeira de Pena, Montalegre, Boticas, na zona Serra da Padrela (Vila Pouca e Valpaços), Carrazedo de Montenegro, planaltos da zona de Jales e Alvão, que são locais de maior altitude e que naturalmente estão mais sujeitos a nevões.