A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) fez, no dia 6, o balanço das primeiras três fases (Alfa, Bravo e Charlie) de combate a incêndios, que nos distritos de Vila Real e Bragança somaram 1.938 ignições e uma área ardida a rondar os 9 mil hectares.
Segundo as estatísticas apresentadas, em Vila Real foram contabilizados, desde o início do ano e até ao dia 30 de setembro, 1.320 incêndios, tendo as chamas consumido perto de 6.000 hectares de floresta e mato.
Já no distrito vizinho, e no mesmo período, apesar do total de ignições ter sido muito inferior, mais exatamente 618 ocorrências, a área ardida foi apenas ligeiramente inferior, rondando os cinco mil hectares.
Em ambos os distritos, num e noutro parâmetro, os dados ficam abaixo da média dos últimos dez anos, sendo a redução mais óbvia quando se analisa a área ardida de Vila Real, que este ano foi menos de metade da média do decénio (cerca de 12 mil hectares).
A nível nacional, desde 1 de janeiro até 30 de setembro, foram registadas 15.505 ignições, tendo as chamas consumido 60.916 hectares.
Pese embora o comandante operacional nacional da Proteção Civil, José Manuel Moura, tenha classificado 2015 como um ano "bem conseguido”, os números revelam que, comparativamente a 2014 (o melhor ano de sempre desde que há registo sobre os incêndios), tanto o número de ignições como a área ardida praticamente triplicaram.
Para o balanço positivo ao nível do combate está também o facto das condições meteorológicas terem sido adversas, com a “presença de um verão quente e seco” e com pouca chuva. “No final do mês de agosto, 74 por cento do território encontrava-se incluído na classe de seca meteorológica severa ou extrema”, alertou o comandante na apresentação agora disponibilizada ao público na página da internet da ANPC.
Montalegre com mais ignições e maior área ardida
Apesar do distrito de Vila Real não ter sido, de longe, o mais problemático no que concerne ao combate às chamas, Montalegre assumiu a terceira posição entre os concelhos portugueses com maior número de ocorrências.
Totalizando um total de 328 ignições (133 fogachos e 195 incêndios florestais) aquele concelho barrosão só foi superado por Penafiel e Paredes, com 399 e 374 ignições, respetivamente.
Também na área ardida aquele concelho posicionou-se entre os dez mais afetados, tendo visto 1.548 hectares do seu território consumido pelas chamas, colocando-se assim na sétima posição do ‘ranking’.
Depois de superadas as fases Alfa (01/01 a 14/05), Bravo (15 /05 a 30/06) e Charlie (01/07 a 30/09), o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais entra agora na fase Delta (até 31 de outubro).
Apesar das fases de maior risco terem já passado, a proteção civil alerta a população para alguns cuidados a ter: “Para fazer uma queimada peça autorização na sua Câmara Municipal ou Junta de Freguesia” e “consulte o nível de risco pois é proibida em dias de risco muito elevado ou máximo”.